Com um investimento inicial de US$ 500 mil, a New Holland inaugurou nesta quarta-feira (20) o Centro de Treinamento e Tecnologia, em Colonia Iguazú, no Paraguai, a 60 km da fronteira com o Brasil. É o primeiro CTT instalado em um país onde a marca não tem fábricas.
A unidade de treinamento do Paraguai também é a única instalada em parceria com revendedoras da marca, as empresas Ciabay e Tape Ruvicha, e o órgão de pesquisa Cetapar (Centro Tecnológico Agrícola do Paraguai), que cedeu a área por dez anos, com renovação sem limite.
No prédio de 700 m² com sala de peças e ferramentas, simulador de agricultura de precisão, garagem, oficina, vestiários e auditório serão dadas aulas teóricas e práticas para operadores de máquinas, clientes da New Holland, técnicos e estudantes. O CTT terá à disposição dos alunos três tratores, uma colheitadeira, além de peças, motores e transmissões.
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“Uma pesquisa com clientes identificou que 100% dos agricultores locais reclamavam da falta de mão-de-obra especializada na operação das máquinas”, disse, na inauguração, o vice-presidente da New Holland para a América Latina, Rafael Miotto, justificando o investimento da indústria de máquinas agrícolas.
Edgar Figueiredo, diretor da Cetapar, afirmou que o CTT é muito bem vindo, já que boa parte da frota estimada de 50 mil tratores do país está parada por falta de operadores capacitados.
Também influenciaram na criação do CTT o fato de a agricultura paraguaia ter registrado crescimento contínuo nos últimos dez anos. Com um aumento de 43% no período, o país se tornou o terceiro maior produtor de soja da América Latina, atrás de Brasil e Argentina, com 9,5 milhões de toneladas, segundo a Capeco (Câmara Paraguaia de Exportadores e Comercializadores de Cereais e Oleaginosas). A agropecuária representa cerca de 30% do PIB paraguaio.
O país vizinho importa 100% de suas máquinas agrícolas, sendo 90% do Brasil. No ano passado, a New Holland se tornou a líder de mercado na venda de colheitadeiras por lá, segundo dados dos importadores de máquinas agrícolas. “A cada 2,5 colheitadeiras vendidas no Paraguai, uma é nossa”, disse Miotto. No caso dos tratores, a liderança é da John Deere.
Segundo Carlos Henrique Lourenço, Ceo da revendedora Ciabay, o mercado paraguaio é de 300 colheitadeiras e 2.000 tratores por ano, mas deve ter uma queda grande neste ano devido a problemas climáticos nas lavouras. A previsão é que o setor venda 180 colheitadeiras e 1.300 tratores.
O projeto do CTT começou há dois anos. O centro tem capacidade de treinar duas mil pessoas por ano. Inicialmente, os módulos de agricultura de precisão, mecânica, manutenção de equipamentos, hidráulica e outros serão dados por técnicos e especialistas das fábricas da empresa em Curitiba e Córdoba, mas o objetivo é formar capacitadores paraguaios para assumir futuramente as aulas, que começam em 1º de abril.
* A repórter viajou a Colonia Iguazú a convite da New Holland.
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