A População Ocupada (PO) no agronegócio brasileiro manteve-se estável entre 2017 e 2018, somando 18,20 milhões de pessoas, de acordo com pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do IBGE.
O número ficou ligeiramente abaixo dos 18,23 milhões de trabalhadores registrados no setor em 2017. No acumulado do ano, a participação do setor agro no total de ocupados no Brasil foi de 19,82%, ligeiramente inferior aos 20,11% observados em 2017.
O estudo do Cepea mostra que considerando-se todos os segmentos que compõem o agronegócio, de 2017 para 2018 foram observadas reduções no número de ocupados para os elos de insumos (de 1,43% para 221,3 mil), primário (de 0,77% para 8,353 milhões) e indústria (de 0,56% para 3,839 milhões). Já o número de pessoas atuando em agrosserviços cresceu 1,12% para 5,792 milhões).
Pesquisadores do Cepea destacam que, ao ponderar os resultados pela importância que cada atividade detém no setor, nota-se que as culturas que mais impactaram na redução do contingente de ocupados na agropecuária foram os cereais e as atividades de pesca e aquicultura. No caso das agroindústrias, a queda observada esteve atrelada às indústrias de açúcar, moagem, bebidas, têxteis de base natural e papel e celulose.
Segundo os pesquisadores, ao avaliar a mão de obra do agronegócio em termos de posição na ocupação, verifica-se continuidade na tendência de elevação no número de empregados sem carteira assinada observada nos últimos anos. “De fato, o montante de ocupados nesta situação passou de 3 milhões em 2017 para 3,12 milhões em 2018.” Eles destacam que este movimento é também realidade para o mercado de trabalho do País como um todo. “Os dados apontam que, entre 2017 e 2018, o total de empregos informais no Brasil aumentou 4,24%, ao passo que, no agronegócio, este percentual foi de 3,9%.”
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Os rendimentos médios obtidos por ocupados no agronegócio, por sua vez, apresentaram crescimento real entre 2012 (início da série histórica) e 2018. No ano passado, os valores segmentados com base em posições na ocupação foram: de R$ 1.759,14 para empregados e outros (com alta de 10,92% em relação ao início da série), de R$ 5.567,49 para empregadores (alta de 1,43%) e de R$ 1.263,44 para trabalhadores atuando por conta própria (elevação de 7,54%).
Em relação ao nível de instrução, observa-se que o número de trabalhadores com ensino superior completo ou incompleto aumentou 5,70% em 2018, ao passo que o número de trabalhadores sem instrução diminuiu 11,36%. A distribuição do número de ocupados entre os segmentos considerando-se o grau de instrução escolar aponta para a predominância de trabalhadores com superior (completo ou incompleto) em serviços (29,70%), atividades industriais relacionadas à produção de insumos (26,32%) e a processamento de bens agropecuários (14,74%).
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