A China proibiu as importações de canola do maior processador de grãos do Canadá, Richardson Internacional Ltd., em meio ao acirramento das tensões diplomáticas entre os dois países. A relação China/Canadá foi afetada pela detenção da diretora financeira da Huawei Technologies, Meng Wanzho, maior empresa chinesa do setor, pelo governo canadense a pedido do governo norte-americano, ocorrida em dezembro.
Segundo o Conselho de Canola do Canadá, outros processadores de grãos do país não foram afetados pela medida. A entidade disse que a Richardson é o maior exportador de canola do país para a China. Derek Berwin, professor de economia agrícola na Universidade de Manitoba, disse que a empresa responde por cerca de 20% da capacidade total de exportação de grãos e oleaginosas do Canadá. O conselho canadense estima que 40% das exportações do setor têm como destino a China.
O departamento de agricultura do Canadá informou que os grãos de canola foram a principal exportação agrícola do país para a China em 2017, com vendas avaliadas em 2,73 bilhões de dólares canadenses (cerca de US$ 2,05 bilhões).
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Representantes do governo canadense e da companhia envolvida não informaram quando a proibição foi aplicada e nem o volume restringido. Um vice-presidente da Richardson disse à Canadian Broadcasting Corp., rede pública de rádio e televisão do país, que o processador de grãos está sendo alvo por causa das tensões diplomáticas entre os dois países envolvendo a prisão da executiva da Huawei. "Achamos que isso é parte de uma questão maior entre o Canadá e a China, e esperamos que isso seja resolvido rapidamente", disse Jean-Marc Ruest à emissora pública.
Um porta-voz do ministério da Agricultura do Canadá disse que o governo recebeu nove notificações de descumprimento de embarques de sementes de canola para a China desde janeiro.
A funcionária disse ainda que a Agência Canadense de Inspeção de Alimentos, que conduziu investigações adicionais em resposta aos avisos, está confiante de que as remessas de canola atendam aos requisitos de importação estrangeiros e está solicitando informações adicionais à China. "Estou muito preocupada com o que aconteceu com a Richardson", disse a ministra de Relações Exteriores do Canadá, Chrystia Freeland. "Não acreditamos que exista alguma base científica para isso".
Um representante da embaixada chinesa no Canadá se recusou a comentar qualquer ligação entre a proibição da Richardson e a extradição da executiva da Huawei e não forneceu o comunicado original de embargo.
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