As populações de peixes estão declinando com o aquecimento global, numa medida em que coloca em risco milhões de pessoas em todo o mundo que dependem da proteína como principal fonte de alimento, de acordo com um estudo publicado nesta quinta-feira (28/02), na Science. O estudo descobriu que o volume de frutos do mar que a humanidade poderia extrair, de maneira sustentável, de uma ampla gama de espécies, encolheu 4,1% de 1930 a 2010, provocado pelas mudanças de clima e ação humana.
Embora o percentual pareça pequeno, ele representa cerca de 1,4 milhões de toneladas de peixes durante o período pesquisado. Em termos comparativos, o volume de tilápia produzido pelo Brasil em 2017 foi de 357 mil toneladas, sendo o quarto maior produtor mundial.
Os pescados correspondem a 17% da ingestão de proteína da população global e 70% para pessoas que vivem em alguma costa litorânea e ilhas, de acordo com a Organização Mundial para Agricultura e Alimentação (FAO).
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Os responsáveis pelo estudo alertam que o aquecimento global irá pressionar o fornecimento de alimentos no mundo nas próximas décadas. Mesmo excluindo outros fatores como responsáveis pelo aquecimento das águas, como a pesca excessiva, o estudo sugere que a mudança climática já está tendo sérios impactos na produção de frutos do mar.
Com o aquecimento dos oceanos, algumas regiões apresentam um ritmo mais acelerado de queda. É o caso do nordeste do oceano Atlântico e o Mar do Japão. Onde as populações marinhas caíram mais de 35% no período do estudo.
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