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indigenas-paraopeba-brumadinho (Foto: Lucas Hallel/Funai)

 

Cerca de 85 indígenas foram diretamente prejudicados pelo rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho (MG). A lama no rio Paraopeba inviabilizou o uso da água pelos integrantes da aldeia Naô Xohã, no município de São Joaquim de Bicas, além de causar a mortalidade dos peixes dos quais se alimentavam, informa a Fundação Nacional do Índio (Funai).

“Também é muito significativa a sensação de perda de um ente natural, por eles incorporado ao seu universo espiritual e ritualístico”, diz a Funai, em resposta enviada, nesta quinta-feira (7/2) pela assessoria de comunicação a questionamentos feitos via internet pela reportagem da Globo Rural.

A instituição, vinculada ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, sugere que, no entanto, que o número de indígenas prejudicados pela tragédia pode ser maior. No município de Esmeraldas, uma aldeia a quatro quilômetros da margem do Paraopeba reúne outros cerca de 60 pessoas. E há outras na região da Bacia do Rio São Francisco, que pode ser afetada à medida que a lama se desloca pelo curso d'água.

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A Funai informa que os indígenas têm recebido assistência por parte de seus servidores. Entidades religiosas e organizações não governamentais têm feito doações e há um apoio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), ligada ao Ministério da Saúde. A Fundação acrescenta que têm articulado com a Vale e com autoridades de Minas Gerais o auxílio às comunidades.

“Como resultado das negociações com a Vale, a empresa já está fornecendo alimentos e deu apoio para a melhoria das condições das habitações, forneceu filtros de barro e irá providenciar os materiais necessários para a implantação de um sistema temporário de abastecimento de água”, diz a Funai.

Servidores da Fundação estão na região desde domingo (27/1), dois dias depois do rompimento da barragem 1 da Mina do Feijão, em Brumadinho. Além das ações emergenciais, a Funai informa que estão sendo discutidas com a Vale e a comunidade local medidas para resgatar a sustentabilidade dos indígenas. O comunicado não detalha as ações que estão sendo estudadas.

Bahia


A Fundação Nacional do Índio explica que os indígenas atualmente concentrados na região de Brumadinho têm origem na Bahia, nas Terras Indígenas Caramuru-Paraguaçu e Pataxó de Barra Velha. Na década de 1950, por conta de conflitos fundiários, eles se deslocaram para região metropolitana de Belo Horizonte, onde viveram “em contexto urbano”.

“Fizeram parte de um movimento de índios urbanos em BH, mas chegaram à conclusão de que, sem ter uma terra própria, eles não conseguiriam resgatar a sua autonomia e a sua cultura”, explica a Fundação.

A instalação desses indígenas na região próxima do Rio Paraopeba se deu há cerca de dois anos, em uma área que, segundo a Funai, estava abandonada.

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Source: Rural

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