As prováveis perdas em lavouras de soja no Paraná não afetarão a disposição dos produtores do Estado em investir no Show Rural Coopavel, que será realizado de 4 a 8 de fevereiro em Cascavel. Isso porque os preços atuais da oleaginosa e do milho estão superiores às médias do ano passado e há "grande disponibilidade" de crédito para investimento, disse ao Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o presidente da cooperativa, Dilvo Grolli.
"Há muita oferta de bancos públicos, privados e cooperativas de crédito. Serão R$ 3 bilhões oferecidos na feira aos produtores. No ano passado, o volume disponível foi menor, em torno de R$ 2 bilhões a R$ 2,2 bilhões", lembrou Grolli.
O recuo da taxa básica de juros (Selic) durante 2018, de 14,5% para 6,5% ao ano, foi decisivo para este cenário, na avaliação dele. "O crédito hoje está mais barato do que em 2018, os juros de mercado deste ano estão compatíveis (com os das linhas do Plano Safra)", acrescentou.
Com isso, a expectativa do presidente da Coopavel é de que a receita com negócios fechados na feira varie de R$ 1,5 bilhão a até R$ 2 bilhões – número que, se alcançado, será 11% maior que o de R$ 1,8 bilhão negociado na edição anterior do evento. O resultado, como sempre, será sustentado por vendas de máquinas agrícolas. "Os insumos (sementes, defensivos, fertilizantes) não são adquiridos na feira, apenas na época do plantio. Já os equipamentos agrícolas sim, entre 10% e 15% das vendas de máquinas são feitas em eventos agrícolas", afirmou.
A provável quebra de safra esperada para o Paraná e Mato Grosso do Sul não deve desestimular os agricultores visitantes do Show Rural Coopavel a investir, aposta Grolli. "No Paraná teremos algumas quebras, mas isoladas, de 1,5 milhão a 2 milhões de toneladas de soja. Isso não afetará os negócios nem a esperança dos produtores rurais", destacou ele.
Além disso, o uso intenso da terra nas lavouras do Estado, que cultiva soja, milho e trigo, um após o outro, ao longo do ano, exige dos agricultores grandes investimentos, argumenta Grolli. Sobre os preços atuais da soja e do milho, que não têm estimulado grande volume de negócios em diversas praças do País, o presidente da Coopavel relativiza. "É preciso analisar a média do ano, não os piques de preços."
No início deste ano, diz, o valor da saca de soja, em torno de R$ 69, é cerca de 10% maior do que o de um ano atrás, R$ 63. "Evidente que a soja teve piques, sendo cotada da R$ 82/saca na metade de 2018, mas isso não corresponde à média anual", afirmou.
O caso do milho é semelhante. Hoje, o preço da saca do cereal está em torno de R$ 30, 30% acima dos R$ 23 apurados no início de 2018. "Essa valorização cobre qualquer perda de 10% a 15% na produção."
+ Por causa do clima, produção de soja pode ser menor este ano
+ Ministério define locais por onde itens de origem animal devem ser exportados
O Show Rural Coopavel também promoverá, pela primeira vez, o Show Rural Digital. O braço do evento apresentará aos visitantes soluções digitais para a agricultura em palestras e estandes e terá a participação de cerca de 100 empresas, entre multinacionais de tecnologia e startups. Google, HP, Microsoft, Cisco e Totvs estarão presentes.
"Vai ser um choque de conhecimento para o produtor. Ele já ouviu falar de soluções digitais, obteve informações pela imprensa, mas aqui ficará frente a frente com um grupo de pessoas e soluções para os problemas de sua propriedade", afirmou Grolli.
Curte o conteúdo da Globo Rural? Ele também está no Globo Mais. Nesse aplicativo você tem acesso a um conteúdo exclusivo e às edições das melhores publicações do Brasil. Cadastre-se agora e experimente 30 dias grátis.
Source: Rural
Source: Import Rural