Maiores mamíferos terrestres do mundo, os elefantes geram polêmicas com a coexistência com o homem em seus habitats na Ásia e na África. De um lado, a Tailândia, onde as controversas apresentações com elefantes treinados em situações de aparentes maus tratos também atinge níveis preocupantes com as condições dos “mahouts”. Assim são chamadas as pessoas que montam, domam e cuidam dos elefantes no país, numa visão considerada romantizada pelos turistas e que confronta com a realidade de exploração tanto dos animais quanto dos trabalhadores.
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De acordo com uma nova pesquisa do Departamento de Sociologia e Antropologia da Universidade de Chiang Mai, na Tailândia, com a crescente demanda por atrações turísticas usando elefantes, o papel tradicional dos mahouts é cada vez mais assumido por trabalhadores comuns, sem habilidade nem treinamento suficiente.
Segundo a ONG World Animal Protection, 65% dos mahouts usam objetos de tortura (como ganchos ou varas afiadas) para controlar seus elefantes nas atrações. Além da preocupação com o bem-estar animal, a falta de preparação técnica dos treinadores coloca em sério risco a própria segurança e a dos turistas.
Do outro lado, no continente africano, habitantes do Quênia manifestam revolta com a “invasão” de elefantes em áreas agrícolas, provocando a destruição de parcelas e prejuízo aos agricultores. No mês passado, habitantes da região de Voi, situada entre os dois parques nacionais de Tsavo Oeste e Tsavo Leste, protestaram exigindo que o governo do país controlasse a passagem dos elefantes para as zonas habitadas pelos agricultores.
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Segundo relatos dos habitantes locais ao jornal Le Monde, manadas que chegam a ter 400 animais atingem as lavouras, causando perdas aos agricultores. Em 2018, a escassez de chuvas forçou a migração dos animais desta zona para a localidade de Voi, onde há pessoas que vivem da exploração agrícola de cereais.
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