No primeiro relatório divulgado sob a gestão da ministra Tereza Cristina na pasta da Agricultura, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou uma safra de grãos de 237,290 milhões de toneladas no ciclo 2018/2019. Se confirmado, o número será 4,2% maior que a colheita do que a da temporada 2017/2018, estimada em 227,751 milhões de toneladas.
Os dados estão no 4º Levantamento de Safra de Grãos referente ao ciclo atual, divulgado, nesta quinta-feira (10/1), em Brasília (DF). Comparando com o relatório divulgado em dezembro do ano passado, o novo número está dentro das estimativas, de uma colheita entre 235,828 milhões e 238,406 milhões de toneladas. É, no entanto, uma revisão de mais de um milhão de toneladas em relação à melhor das hipóteses consideradas pelos técnicos do governo.
Afetada pelo clima quente e seco em diversas regiões do Brasil, a produção de soja foi estimada em 118,8 milhões de toneladas, quase dois milhões a menos que o limite superior do levantamento de dezembro, de 120,066 milhões de toneladas. O número também é 0,4% menor que o da safra passada, estimada pela Conab em 119,281 milhões de toneladas do grão.
“As indicações são de uma continuada tendência de crescimento da área plantada, atingindo 1,7% em relação à safra passada, correspondendo ao plantio de 35,8 milhões de hectares”, diz o relatório, ponderando que há riscos de perda de produtividade na cultura por conta do clima desfavorável registrado durante o mês de dezembro.
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Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, os técnicos relatam que há lavouras que ficaram mais de 25 dias sem chuvas. Nas áreas onde choveu, a ocorrência foi irregular. Além disso, as temperaturas registradas, tanto nas máximas quando nas mínimas, ficaram acima do que é considerado normal no Estado para este período do ano.
Em relação ao Paraná, os técnicos comentam no relatório que há lavouras com perdas consideradas irreversíveis por conta do clima mais quente e seco. A estiagem e as altas temperaturas têm provocado queda de produtividade especialmente na região Oeste do Estado.
"Está prevista a ocorrência de perdas na produtividade da oleaginosa, principalmente para aquelas lavouras semeadas mais cedo, atingidas pelas adversidades climáticas no estádio de enchimento de grãos, a fase mais suscetível. Acredita-se que para algumas lavouras os danos serão irreversíveis, mesmo se as chuvas normalizarem, uma vez que a ocorrência das condições climáticas adversas, particularmente na parte oeste do estado, coincidem com o fato da maior parte das lavouras estarem nos estádios de floração e frutificação", diz a Conab.
Já em Mato Grosso, principal estado produtor do grão no Brasil, a Companhia avalia que a maior parte das lavouras está em excelentes condições, com expectativa de boa produtividade. E, com a maior parte da colheita sendo feita entre janeiro e fevereiro deve favorecer, inclusive, o plantio das culturas de segunda safra.
"O aumento do espaço dedicado ao cultivo da oleaginosa, aliado à expectativa positiva de produtividade, deve contribuir para a manutenção do patamar de produção de 32 milhões de toneladas, visto na safra anterior", avalia os técnicos, no relatório.
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Já a colheita de milho foi estimada em 91,190 milhões de toneladas, um crescimento de 12,9% em relação à safra 2017/2018, somados os dois ciclos anuais da cultura. E, ao contrário da soja, o novo número está um pouco acima do limite superior da estimativa de um mês atrás, que era de 91,102 milhões de toneladas do cereal.
“Observa-se, para esta temporada, uma tendência de aumento na área plantada do milho primeira safra, de 0,4% em relação à safra passada, totalizando 5.104,3 mil hectares”, informa a Conab, no documento.
No ciclo de verão, quem produziu milho deve colher 27,455 milhões de toneladas, um volume 2,4% superior ao da safra passada, de acordo com os técnicos da Conab. Já a segunda safra (“safrinha”), deve ter um crescimento de 18,1% em relação à temporada 2017/2018, passando de 53,975 milhões para 63,734 milhões de toneladas.
A Companhia manteve a expectativa de forte crescimento na produção de algodão na safra 2018/2019. A produção de caroço deve totalizar 3,616 milhões de toneladas, o que resultaria em 2,413 milhões de toneladas de pluma. O aumento seria de 20,3% em comparação com o ciclo 2017/2018, que resultou em 3,007 milhões e 2,005 milhões de toneladas, respectivamente.
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Já a produção de feijão no Brasil deve ser levemente menor, somados os três ciclos anuais da cultura. Para os técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), devem ser colhidos 3,098 milhões de toneladas, 0,6% a menos que na temporada passada, estimada em 3,116 milhões de toneladas das variedades cores, caupi e preto.
A primeira safra de feijão deve resultas em 1,071 milhão de toneladas. Já a segunda deve ser de 1,289 milhão e a terceira safra de feijão deve ficar em 738,1 mil toneladas, segundo o relatório.
Outra cultura que deve ter colheita menor é a de arroz. A Conab estima uma produção de 11,207 milhões de toneladas, 7,1% a menos que na safra passada, que foi de 12,064 milhões. Do total estimado para a temporada 2018/2019, 10,118 milhões de toneladas devem ser colhidos nas lavouras irrigadas.
Nas lavouras de inverno, a Conab acredita em uma colheita total de 6,686 milhões de toneladas nas diversas culturas que fazem parte do levantamento. O relatório apenas repete as estimativas feitas para o ano passado. Na principal delas, a do trigo, a produção pode chegar a 5,427 milhões de toneladas.
A área total com a safra de grãos do Brasil neste ano é estimada em 62,465 milhões de hectares, 1,2% superior à da safra 2017/2018, quando foram semeados no país 61,740 milhões de hectares.
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