A produção da cana-de-açúcar no Brasil na safra 2018/19 está estimada em 615,84 milhões de toneladas, o que corresponde a uma redução de 2,8% em relação à safra anterior (633,26 milhões de t). Os números fazem parte do terceiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira (20/12).
O País terá novo recorde na produção total de etanol, que atinge 32,3 bilhões de litros, um aumento de 18,6% em relação à safra passada. O recorde anterior havia ocorrido na safra 2015/16, com 30,5 bilhões de litros. O recorde vale também para o volume produzido de etanol hidratado, cerca de 21,6 bilhões (aumento de 32,8% ante a safra anterior, ou mais 5,3 bilhões de litros), superior ao de 19,6 bilhões de litros na safra 2010/11. Para o etanol anidro, usado na mistura com a gasolina, haverá uma redução de 2,3%, alcançando 10,74 bilhões de litros.
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O açúcar, com uma produção que deve atingir 31,73 milhões de t, registra retração de 16,2% em comparação com 2017/18. A Conab explica que, no mercado internacional, os quadros de suprimento, divulgados pelas instituições especializadas, dão conta da elevação dos estoques mundiais de açúcar, sendo essa a razão para o declínio das cotações e a previsão é que as unidades de produção destinem menor parte da produção de cana-de-açúcar para a fabricação do adoçante. "Por essa razão, a expectativa para o período 2018/19 é de diminuição porcentual do ATR (Açúcar Total Recuperável), destinado à produção de açúcar, saindo de 45,9% na safra 2017/18, para 37,5% estimado para essa safra.
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"A área com cana colhida no País está estimada em 8,6 milhões de hectares, com uma queda de 1,1%. "Se confirmada, será a segunda queda consecutiva na área a ser colhida", diz a Conab. Na Região Sudeste, especificamente, a diminuição ocorreu como reflexo dos problemas climáticos ocorridos e por causa da devolução de terras arrendadas. Segundo a Conab, o desempenho do clima prejudicou as lavouras, trazendo diminuição nos níveis de produtividade em relação à safra anterior. A produção estimada em 396,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar processada apresenta redução de 5,11% em relação à safra 2017/18.
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O Centro-Oeste praticamente manteve a área colhida da safra passada, apresentando leve aumento nos níveis de produtividade. Já a boa distribuição das chuvas no Nordeste, durante fases importantes da lavoura, trouxe forte incremento nos níveis de produtividade, 12,8% a mais em relação à safra passada. A região Sul apresentou, neste levantamento, queda de 2,6% na área colhida, enquanto a Norte, responsável por menos de 1% da produção nacional, deverá ter uma produção 3,2% menor que na última safra.
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A produtividade média estimada para a temporada 2018/19 é de 71.326 kg/ha, valor 1,7% menor do que os 72.543 kg/ha obtidos na safra 2017/18. "O envelhecimento das lavouras, a baixa taxa de renovação, a falta de investimento em algumas regiões e a redução do pacote tecnológico têm mantido as médias brasileiras inferiores a 80.000 kg/ha", comenta a Conab.
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Conforme os técnicos da estatal, a introdução da colheita mecanizada também exerceu influência na redução da produtividade nas últimas safras, principalmente porque as lavouras não estavam sistematizadas para esse tipo de colheita, gerando pisoteio e outros danos. Além disso, nessa safra, houve uma longa estiagem no meio do ano, bem como altas temperaturas, sobretudo nos estados do Centro-Sul, acelerando a maturação e acarretando em baixo crescimento e falta de peso dos colmos.
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