Após "acordo" entre os presidentes da China e dos Estados Unidos, Xi Jinping, e Donald Trump, respectivamente, que dá uma pausa na guerra comercial entre os países, a China se recusou a divulgar mais detalhes do que ficou combinado.
Questionados sobre o futuro das negociações, ambos os países divulgaram informações distintas sobre o acordo. Washington (EUA) informou que o acordo consiste em uma suspensão temporária de 90 dias do aumento de 25% das tarifas americanas sobre os produtos chineses enquanto seguem as negociações entre os países. Já o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, se recusou a dar uma entrevista coletiva para oferecer mais informações a respeito do assunto.
"O que importa é que precisamos chegar a um acordo aceitável para ambas as partes e que estamos dispostos a trabalhar com o lado americano para resolver nossas disputas comerciais sob o benefício mútuo, a igualdade e a boa fé", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.
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Geng Shuang ressaltou que o acordo "é bastante significativo" porque "evitou a escalada" das disputas comerciais e abriu "novas perspectivas para a cooperação".
Perguntado sobre a declaração da Casa Branca que afirma que a China se comprometeu a aumentar "substancialmente as suas compras de produtos agrícolas, energéticos industriais e de outros tipos" provenientes dos Estados Unidos, o porta-voz repetiu a informação divulgada ontem por Wang Yi, ministro das Relações Exteriores chinês, que não cita nada a respeito. "A China está disposta (…) a abrir o mercado e expandir as importações e ajudar a aliviar os problemas em nossas áreas comerciais", reiterou Geng.
O porta-voz também se absteve de confirmar que a China teria se comprometido a reduzir as tarifas aos veículos importados dos Estados Unidos. "As equipes de ambas as partes aceleraram suas conversas na tentativa de chegar a um acordo de benefício mútuo", afirmou Geng, que não quis dar mais detalhes sobre a próxima rodada de negociações.
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Em comunicado, o ministro chinês Wang Yi explicou ontem (02/12) que "as equipes de ambas as partes vão ampliar as negociações para cancelar todas as tarifas" que estavam planejadas para serem aplicadas nos próximos meses.
Entretanto, a Casa Branca detalhou que negociará com Pequim "mudanças estruturais" em sua política econômica além de outras questões como "a transferência forçada de tecnologia, a proteção da propriedade intelectual, as barreiras comerciais não alfandegárias, as invasões cibernéticas e o roubo de dados".
Desde julho, Washington aplicou encargos extras sobre US$ 250 bilhões em produtos chineses, e Donald Trump ameaçou ampliar essa sobretaxação em bens avaliados em mais US$ 267 bilhões, o que superaria o volume de importações da China aos Estados Unidos, que em 2017 ficou em US$ 506 bilhões. Em reação a essas medidas protecionistas, a China impôs medidas sobre mais de US$ 60 bilhões em produtos importados dos Estados Unidos, quase metade dos US$ 130 bilhões que comprou em 2017.
No último sábado (01/12), Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, aceitou suspender seu plano de aumentar de 10% para 25% as tarifas americanas a produtos chineses no valor de US$ 200 bilhões por 90 dias, enquanto negocia com a China "mudanças estruturais" na sua política econômica.
A Casa Branca anunciou o acordo entre os países por meio de um comunicado após o jantar de Trump com o presidente da China, Xi Jinping, ao final a Cúpula do G20 em Buenos Aires. As duas potências tentarão completar as negociações comerciais nos próximos 90 dias. "Se não houver acordo, as tarifas de 10% subirão para 25%", afirmou Sarah Sanders, porta-voz da Casa Branca.
A partir de 1º de janeiro de 2019, Estados Unidos e China não irão impor novas tarifas um ao outro. No acordo, as potências também se comprometeram a continuar com as negociações para buscar uma saída para a guerra comercial, informou a emissora estatal chinesa CCTV.
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A medida representa uma trégua na guerra comercial entre os dois países, que começou após a mútua imposição de sobretaxas bilionárias. Donald Trump iniciou a imposição de tarifas a produtos chineses, que atingiu as exportações comandadas por Xi Jinping.
O ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, afirmou que o acordo marca a direção das relações sino-americanas para o futuro, que serão baseadas na cooperação e na estabilidade.
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