Em entrevista exclusiva à Globo Rural, nesta sexta-feira (23/11), a futura ministra da Agricultura, deputada Tereza Cristina (DEM-MS), voltou a dizer que o Mercosul tem que ser revisto, mas não significa que precisa acabar. Para ela, que preside a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), a entrada do leite em pó da Argentina no Brasil é um tema que precisa ser melhor tratado no bloco.
De janeiro a outubro deste ano, o volume importado de leite em pó da Argentina aumentou 17,1% em relação ao mesmo período em 2017, somando 41,09 mil toneladas. O valor pago foi 1,8% maior US$ 116,24 milhões. As importações totais do produto pelo Brasil nos primeiros dez meses de 2018 foram de 77,26 mil toneladas. O valor pago foi de US$ 219,84 milhões.
Tereza Cristina reconhece que não são apenas as regras do Mercosul que influenciam o mercado brasileiro e que há outras questões a serem discutidas. Mas pontua que a oscilação no preço do produto afeta os produtores brasileiros, na grande maioria pequenos.
“Quando o produtor vai melhorando o preço do leite, entra o leite em pó, derruba o preço e aí o produtor [brasileiro] vende suas vacas. Enfim, é um círculo muito danoso para essa cadeia produtiva de lácteos. Eu não sou favorável à acabar o Mercosul não, mas eu acho que tem que sentar à uma mesa e ter essa discussão”, disse ela.
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A futura ministra da Agricultura lembrou que, na bancada ruralista, o deputado Alceu Moreira, que deve substituí-la na liderança da FPA, há um grupo para discutir questões relativas ao Mercosul. Para Tereza Cristina, esse debate não deve envolver só o agronegócio, mas ele é necessário.
"Não pode ter a visão só de um setor, uma visão setorial porque uma coisa leva à outra e são vários produtos ligados à agropecuária, mas nós temos que rever. Talvez até fortalecer o Mercosul, mas nós temos que colocar os problemas de cada lado. Hoje nós temos o problema muito sério do leite. O arroz praticamente acabou no Rio Grande do Sul. O arroz é parte dessa pauta de diálogo e de uma revisão do Mercosul", afirmou.
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