A diminuição do rebanho brasileiro em 2017 fez com que o agronegócio reduzisse as emissões de gases do efeito estufa no ano. Segundo dados do Seeg, sistema ligado ao Observatório do Clima que há seis anos monitora as emissões do país, o setor produtivo emitiu 0,9% menos em relação a 2016. Ao todo, o setor jogou na atmosfera 1,5 bilhão de CO2 no ano passado.
A quantidade de animais ficou menor no ano passado em resposta ao aumento dos abates, que cresceram puxados pela retomada da economia e do consumo de carnes por parte da população. As exportações brasileiras também cresceram.
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Foi o único que registrou recuo no indicador. Por outro lado, ainda se mantém na liderança entre as atividades econômicas que mais colaboram para o aquecimento global, sendo responsável por 71% do total emitido pelo Brasil.
O resultado do levantamento e as análises dos números foram apresentados nesta quarta-feira (21/11), em São Paulo, num evento com a presença de especialistas em meio ambiente, autoridades e políticos, entre eles a ex-ministra e candidata à Presidência Marina Silva.
Segundo o Seeg, no ano passado, o Brasil emitiu 2,071 bilhões de toneladas brutas de gás carbônico equivalente (CO2e1), contra 2,119 bilhões registrados em 2016. A queda é resultado de uma diminuição do desmatamento na Amazônia, que caiu 12%. Para os especialistas, o aumento da fiscalização do Ibama na região é que freou a derrubada da floresta.
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No segundo maior bioma do Brasil, contudo, o desmatamento cresceu em 2017, elevando o volume de emissões em 15 milhões de toneladas de CO2e, para 159 milhões de toneladas.
Apesar do ligeiro recuo das emissões brasileiras, o Brasil está “na marca do pênalti” em relação à meta assumida no Acordo de Paris. E diante do aumento no desmatamento na Amazônia já observado este ano, a tendência é que em 2019, o país volte a ficar longe de cumprir o compromisso internacional, afirmou o coordenador técnico do Seeg, Tasso Azevedo.
“O quadro é preocupante neste momento, porque o desmatamento voltou a crescer este ano. Se continuar no ritmo atual, a gente deve observar um aumento de 10% a 20% nas emissões de gases. Os dados preliminares de 2018 mostram indicativo de crescimento de 50% a 70% do desmatamento”, diz Azevedo.
Entre os objetivos dos países signatários do Acordo é estabilizar o aquecimento global em menos de 2ºC até 2025, limitando os efeitos das mudanças climáticas no planeta.
Em uma crítica às declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro, Marina Silva disse que tem forte receio de como o novo governo pode lidar com a questão ambiental e de desmatamento no Brasil. "[o governo] vai cortando orçamento, enfraquecendo o Ibama e outras instituições fiscalizadoras, dando poder aos Estados e isso pode resultar num prejuízo ambiental enorme ao país. Receio que essa política pode significar um vexame para o Brasil", disse.
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