Cinco estudantes do 6º ano do Centro Educacional Marista Lucia Mayvorne, em Florianópolis (SC), criaram uma alternativa sustentável para a irrigação das hortas na cidade. "Como moramos em uma ilha, notamos que o processo de dessalinização da água do mar poderia ser utilizado para a irrigação das hortas na nossa comunidade", afirma Thais Carolina Branco, coordenadora pedagógica da escola.
O projeto batizado de "Pane no Sistema" foi desenvolvido durante a oficina de robótica, realizada uma vez por semana como iniciação científica após o horário escolar. O protótipo que faz uso da robótica para solucionar um problema da comunidade, foi elaborado pelos alunos após estudarem o solo e a qualidade da água na região. "Ficamos muito empolgados com a proposta e ficamos meses pesquisando sobre o sódio até chegarmos ao modelo do dessanilizador", conta Thabata Luiza Pauli, 12 anos, educanda do 6º ano e integrante do projeto.
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O dessanilizador, inspirado no projeto do pesquisador Galdino Santana de Limas, de Laguna (SC), é feito com uma garrafa plástica, uma torneira e bambu, que serve para equilibrar o sal na hora da irrigação. "Descobrimos que o excesso de sal pode comprometer o solo, mas de forma equilibrada ajuda a síntese de glucose e também controla a pressão osmótica das células da planta, resultando na utilização mais eficiente da água", explica a coordenadora pedagógica da escola.
Com a ajuda da professora de ciências, os estudantes conectaram o protótipo a um robô, que ao ser acionado por um controle é capaz de avaliar se a água está dessalinizada e em boas condições para irrigar a horta.
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Após testes, o projeto "Pane no Sistema" foi apresentado no Festival Marista de Robótica, em Porto Alegre (RS), e premiado com o segundo lugar na categoria livre em setembro deste ano. "Ficamos muitos felizes e emocionados quando recebemos o prêmio. Aprendemos muito com a experiência e vamos continuar envolvidos com o projeto para participar do festival no ano que vem", relata a estudante Thabata.
Segundo Thais Carolina Branco, a segunda etapa do projeto é implementá-lo na região. "Vamos fazer novos testes e depois apresentar o dessanilizador para a comunidade. Queremos auxiliar na manutenção da horta escolar e também introduzir o modelo no Parque Natural Municipal do Morro da Cruz, que fica próximo à escola", adianta.
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Para a coordenadora pedagógica da escola, o projeto é importante para a formação dos estudantes ao desenvolver habilidades que eles não têm no ensino formal. "Alunos dessa faixa etária não costumam estudar a tabela periódica, porém a iniciação científica antecipou esse conhecimento e permitiu que o processo de aprendizagem acontecesse pela curiosidade", ressalta.
O reconhecimento do projeto está incentivando outros educandos a participar das oficinas de iniciação científica da escola. "Ganhar o prêmio é motivo de orgulho e atesta que a nossa proposta curricular está tendo um impacto real na sociedade", conclui Thais Carolina Branco.
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