A INTL FCStone reduziu novamente a estimativa de moagem na safra 2018/2019 de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil, iniciada oficialmente em 1º de abril. Para o período, usinas e destilarias devem processar 567 milhões de toneladas de cana, ante um total previsto de 573,9 milhões de toneladas, em julho.
Se confirmado, o volume deve ser 4,9% menor que o total processado na safra 2017/2018, de 596,3 milhões de toneladas de cana.
"As condições atipicamente secas nas lavouras do Centro-Sul do Brasil continuaram impactando as perspectivas de produtividade e moagem de cana. Vale lembrar que, em grande parte dos Estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, as chuvas acumuladas nos primeiros meses do inverno não ultrapassaram 50% do volume usual. Em alguns canaviais, o volume não atingiu 10% da média de longo prazo", justificou João Paulo Botelho, analista da INTL FCStone.
Com o impacto da estiagem, a expectativa da consultoria é que o cinturão canavieiro brasileiro acumule quebra de 5,4% no rendimento agrícola em 2018/2019, para 71,9 toneladas por hectare. As condições do tempo devem favorecer, no entanto, a oferta de Açúcar Total Recuperável por tonelada (ATR/t) de cana processada.
A INTL FCStone prevê o ATR em 139,9 kg/t em 2018/2019, ante 139,1 kg/t na estimativa anterior e 136,6 kg/t no fechamento da safra 2017/2018, alta prevista de 2,2%, portanto. Segundo a consultoria, a safra seguirá também mais alcooleira que o previsto anteriormente. Com isso, reduziu de 39,9% para apenas 35,6% o mix de destino de cana para o açúcar no Centro-Sul em 2018/2019, ou seja, ampliou de 60,1% para 64,4% o mix de destino para o etanol. A safra passada terminou com um mix de 46,5% para açúcar e 53,5% para o etanol.
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Assim, a produção de açúcar entre abril de 2018 e março de 2019 no Centro-Sul deve alcançar apenas 26,9 milhões de toneladas, de acordo com a consultoria, ante 30,4 milhões de toneladas na previsão de julho. Se confirmada a estimativa, a oferta de açúcar do Centro-Sul brasileiro recuará 25,5%, ou 9,2 milhões de toneladas, sobre o total produzido em 2017/2018, de 36,1 milhões de toneladas.
Já a produção total de etanol de cana de açúcar foi novamente elevada: de 28,2 bilhões de litros, em julho, para 30 bilhões de litros agora, alta de 17,3% sobre o total de 25,4 bilhões de litros de 2017/2018. Do total previsto para 2018/2019, 20,8 bilhões de litros são de hidratado (+36,8%) e 9,1 bilhões de litros de anidro (-11,4%).
"Sem grandes mudanças no cenário econômico do setor, mantivemos nossas estimativas para a produção de etanol de milho: a destilação de hidratado e de anidro deve totalizar 864 milhões de litros (+100,4%) e 281 milhões de litros (+210,1%), respectivamente. No total, a fabricação do biocombustível deve ser de 1,1 milhão de litros", concluiu Botelho.
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