A Bayer entrou com recurso em um tribunal da Califórnia, na tentativa de reverter uma decisão que a obriga a indenizar em US$ 289 milhões o jardineiro Dewayne Johnson. Em agosto, um júri da Califórnia considerou que o glifosato, um componente essencial do herbicida Roundup, comercializado pela Monsanto, seria responsável pelo linfoma não-Hodgkin do jardineiro.
A companhia pede a reversão do veredicto, um novo julgamento ou a redução do valor da indenização.
A Bayer é controladora da Monsanto, que enfrenta cerca de 8,7 mil ações relacionadas a produtos à base de glifosato. A decisão contrária fez com que as ações da Bayer caíssem cerca de 22% e elevou a perspectiva de impacto em suas receitas por causa dos pagamentos.
A Bayer argumenta que os advogados de Johnson se baseiam em "evidências científicas frágeis" que não sustentam uma ligação do uso do herbicida com o câncer, e que os jurados foram influenciados por argumentos "excessivamente emocionais e especulativos dos advogados". Acionistas da Bayer temem que a longa batalha legal resulte em maiores custos com indenizações.
Em teleconferência com investidores após o veredicto negativo, o CEO da Bayer, Werner Baumann, disse que os argumentos da companhia são baseados em estudos científicos que comprovam a segurança do glifosato. Já Pedram Esfandiary, advogado de Johnson, disse que a decisão do júri demonstrou que os argumentos científicos da Monsanto não foram convincentes. "Eu acho que as chances de eles reverterem a decisão são muito pequenas", disse. A juíza Suzanne Ramos Bolanos deverá decidir sobre os pedidos da Bayer até o fim de outubro ou início de novembro.
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