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lavoura-milho-ohio-eua-seca (Foto: Tarso Veloso-ARC/Divulgação)

 

Após as cotações futuras de soja atingirem o menor patamar em quase 10 anos no início do mês, os preços subiram no mercado noturno no início desta semana e a soja para novembro voltou para a área dos $ 8,50 por bushel. Dois motivos ajudaram a dar sustentação aos preços: a piora nas condições de safra nos Estados Unidos e os preços já muito baixos, o que estimulou especuladores a comprarem contratos na Bolsa de Chicago (CBOT).

Condições de safra

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou na segunda-feira (16/7) as novas condições de safra. Na soja, as lavouras classificadas como boas ou excelentes caíram 3 pontos porcentuais, para 69%. Apesar da redução, o potencial de produtividade desta safra ainda é enorme e bem acima do ano passado e da média de 5 anos. Porém, reduções nas produtividades se traduzem em safra menor, estoques mais apertados e preços sustentados.

grafico-condições-de-lavoura (Foto: ARC)

 

No milho, as lavouras classificadas como boas ou excelentes também caíram 3 pontos, para 72%, um número ainda bom, mas bem abaixo dos 79% de maio, o que mostra um declínio importante em meio às altas temperaturas vistas no Cinturão Agrícola.

condição-lavoura-milho (Foto: Ed.Globo)

 

Prêmios no Brasil

Já na questão dos prêmios, as ofertas de soja FOB para outubro com origem no Brasil registraram prêmios de $ 2.70 por bushel contra $ 0.62 por bushel para a soja com origem no Golfo dos Estados Unidos. Esta diferença é de 24.4%. Ou seja, os prêmios no Brasil estão atingindo o limite dos 25% de tarifas impostas pelos chineses para importar soja americana.

Caso o prêmio suba mais no Brasil, ficará mais barato para o chinês ir buscar soja nos Estados Unidos. Portanto, de agora em diante, a tendência é que os preços no Brasil só deverão subir mais acentuadamente com câmbio (Real desvalorizado) e uma possível alta na CBOT (clima ruim para a safra americana).

ofertas-fob (Foto: ARC)

 

Exportações brasileiras e demanda

O ritmo de exportações do Brasil segue incrivelmente rápido. De fevereiro até agora, os compromissos de exportação do Brasil (grãos já embarcados nos portos + contratos já vendidos e ainda não embarcados) totalizaram 60 milhões de toneladas. O USDA estima que o Brasil deve exportar 74,6 milhões de toneladas, ou seja, o país ainda tem mais 5 meses para exportar apenas 15 milhões de toneladas.

Isso significa que, até este momento, não existe nenhum indicativo de que a demanda mundial por soja está se reduzindo, mesmo com a guerra comercial. As tarifas chinesas sobre a soja americana fizeram com que o fluxo de comércio mudasse: a china compra soja de outros destinos fora dos Estados Unidos e o mundo todo aproveita os preços bons nos Estados Unidos para comprar mais e mais.

Source: Rural

Source: Import Rural

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