A Companhia Nacional de Abastecimento ajustou para baixo sua estimativa para a safra de grãos 2017/2018. No 10º Levantamento de Safra referente ao período, anunciado, nesta terça-feira (10/7), em Brasília (DF), o número passou de 229,07 milhões para 228,51 milhões de toneladas. Se confirmado, será uma redução de 3,9% em relação à temporada 2016/2017, quando a colheita foi estimada em 237,67 milhões de toneladas.
“Em comparação com o último levantamento, realizado no mês passado, a produção diminuiu 1,2 milhão de toneladas. O resultado da queda se deve aos impactos climáticos que refletiram numa nova estimativa de produtividade para o milho segunda safra", diz a Conab, em nota.
Somados os dois ciclos anuais do milho, os técnicos revisaram a estimativa de produção de 85 milhões para 82,92 milhões de toneladas, queda de 15,2% em relação com o ciclo 2016/2017, quando a colheita foi estimada em 97,84 milhões de toneladas do cereal.
Só a segunda safra, em fase de colheita nas principais regiões produtoras do Brasil, deve ser de 56,01 milhões de toneladas, 16,9% a menos quando comparado com o mesmo ciclo no ano passado (67,38 milhões de toneladas). O ciclo de verão foi estimado em 26,9 milhões de toneladas, baixa de 15,2% na mesma comparação. Na tempotada 2016/2017, a colheita neste período foi de 30,46 milhões de toneladas, segundo a Companhia.
Já a soja, principal cultura agrícola do Brasil, teve reforçada sua expectativa de produção recorde na safra colhida neste ano, baseada em um novo marco histórico na produtividade. De acordo com a Conab, as lavouras do país renderam um volume total de 118,88 milhões de toneladas, aumento de 4,2% em comparação com a temporada anterior, cuja colheita foi estimada em 114,07 milhões de toneladas.
“A colheita praticamente terminou e os bons resultados para a cultura levaram a produtividade a atingir 3.382 kg/ha, contabilizando um novo recorde na produtividade média. A produtividade dessa safra é resultado da aplicação de um bom pacote tecnológico, aliado a precipitações e temperaturas favoráveis, apesar de alguns problemas no Sul do país”, diz o relatório.
A estimativa para a produção de algodão foi levemente revisada para cima. Em caroço, o número da Conab passou de 2,938 milhões para 2,945 milhões de toneladas. O volume em pluma passou de 1,959 milhão para 1,964 milhão de toneladas. Se confirmado, seria um aumento de 28% em comparação com a safra anterior, de acordo com o relatório divulgado nesta terça-feira.
Outra cultura que teve a estimativa elevada pelos técnicos foi o arroz. O número passou de 11,73 milhões para 11,75 milhões de toneladas, considerando as lavoura irrigada, que concentra a ampla maioria da produção, e a de sequeiro. A primeira deve render 10,5 milhões de toneladas e a segunda, mais 1,25 milhão.
Já o feijão teve a estimativa levemente revisada para baixo pela Conab. Considerando os três ciclos anuais para a cultura, o número para a safra 2017/2018 passou de 3,33 milhões para 3,30 milhões de toneladas das variedades cores, caupi e preto. Se confirmado esse número, será uma queda de 2,7% em relação à temporada passada, que tem a colheita estimada em 3,39 milhões de toneladas.
Para o primeiro ciclo, a Companhia considera uma colheita de 1,28 milhão de toneladas (-5,9%). O segundo ciclo deve render 1,293 milhão de toneladas (+7,7%). No terceiro, devem sair das lavouras 734,1 mil toneladas de feijão de cores, caupi e preto (-12,4%).
Entre as lavouras de inverno, a Conab ajustou para cima a estimativa de 6,08 milhões para 6,14 milhões de toneladas para trigo, aveia, centeio, canola, cevada e triticale. Na principal dessas culturas, a do trigo, o volume estimado pelos técnicos passou de 4,85 milhões para 4,90 milhões de toneladas.
“As estimativas iniciais, com o plantio em andamento, baseadas no pacote tecnológico utilizado pelo produtor e nas condições climáticas atuais, apontam para uma produtividade superior à safra passada em 9,6%. O aumento tem relação com melhores condições climáticas nessa safra, em relação ao ano passado”, avaliam os técnicos.
A Conab também ajusou a estimativa de área plantada no Brasil na safra de grãos 2017/2018. O número passou de 61,58 milhões para 61,64 milhões de toneladas, um aumento de 1,2% em relação à safra 2016/2017.
“A soja teve um expressivo aumento da área semeada, saindo de 33,9 para 35,1 milhões de hectares na safra atual, um ganho absoluto de 1,2 milhão de hectares, o maior entre todas as culturas avaliadas”, diz o relatório. Só nas últimas 12 safras, de acordo com a Conab, a lavoura de soja teve um incremento de 14,5 milhões de hectares.
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