O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, afirmou, após participar nesta terça-feira (12/6) de audiência na Comissão de Agricultura do Senado Federal, que a relação comercial com a União Europeia vai mudar, “deixando para trás um comportamento apenas reativo”.
Ele disse que tem conversado sobre o assunto com o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, e que “agora, usando uma expressão popular, será uma no prego outra na ferradura”.
Maggi participou da audiência que discutiu a suspensão da importação de produtos avícolas pela União Europeia, que provocou a interrupção do abate de aves no sudoeste goiano, como Mineiros, onde 90% das granjas estão paralisadas.
Maggi afirmou que o descredenciamento de frigoríficos que exportavam carnes de aves para o bloco europeu, ainda tem etapas a serem superadas até que seja revertido. Ele lembrou que da última missão realizada em janeiro por técnicos europeus até agora não foi enviado relatório com informações sobre o resultado da visita. “Fizeram uma grande incursão no país, visitaram vários frigoríficos, várias granjas e a impressão que nos deixaram foi muito positiva comparada com uma missão anterior”, afirmou.
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Segundo Maggi, quando o relatório chegar ao ministério será analisado e respondido. Se for necessário algum ajuste, será feito. Depois disso, nova missão poderá ser enviada ao Brasil. Ele destacou que há mais interesses envolvidos na suspensão das importações, por parte dos europeus, do que alegadas questões envolvendo presença de salmonella. “Claro que há muita coisa no meio acontecendo, entre elas, a negociação do acordo com o Mercosul”.
No fim de abril, por unanimidade, ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) autorizaram o início das tratativas de abertura de contencioso junto à Organização Mundial do Comércio (OMC) contestando barreiras impostas pela UE à carne de aves. O argumento é de que a suspensão tem caráter comercial e não sanitário, já que mediante o pagamento de tarifa extra-cota, as exigências sanitárias quanto a salmonella são reduzidas de 2.600 tipos da bactéria para dois.
Durante a audiência no Senado Federal, Maggi afirmou que o governo brasileiro avalia tomar "uma ação política mais incisiva" em relação à China, por causa da tarifa antidumping de 38% aplicada pelo país asiático sobre os frangos importados do Brasil. Maggi e o CEO da BRF para o Cone Sul, Jorge Lima, também presente à audiência, deixaram claro que esta sobretaxa, na prática, inviabiliza a exportação de frango para aquele país.
O governo chinês tomou a decisão após reclamações de produtores locais em relação ao preço do frango brasileiro, o que levou à uma abertura de investigação relacionada à dumping. Maggi garantiu não existir "nenhum nexo causal" na alegação das autoridades chinesas, e defende que o Brasil deve reagir.
“Conversei hoje com o ministro Aloysio Nunes, que tratará do assunto com o presidente Michel Temer. Chega de palavras, está na hora de agirmos. A China também tem muitos interesses em nosso país, há poucos dias mesmo levantamos uma taxa antidumping sobre o aço, mas vimos que eles não cumpriram a parte deles”, disse Maggi.
Com informações da Agência Senado e assessoria de imprensa do Ministério da Agricultura
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