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café-plantação (Foto: Globo Rural)

 

Os consumidores querem comprar café sem se preocupar com a sustentabilidade dos produtores. Na avaliação do Conselho Nacional do Café (CNC), esse é o cenário que ficou evidente depois de uma semana de reuniões realizadas pelo Conselho Internacional e a Organização Internacional do Café (OIC), na Cidade do México, das quase a entidade brasileira participou.

Em balanço semanal, divulgado nesta sexta-feira (20/4) com o relato dos eventos, o Conselho Nacional do Café diz estar preocupado com essa situação. De acordo com o CNC, os produtores foram desafiados a colocar um volume maior de café no mercado global. Mas, de outro lado, não houve nenhum tipo de proposta de aumento do consumo da commodity.

“Não aceitaremos quaisquer projetos que almejem o aumento da produção sem que esteja atrelado à elevação do consumo global, haja vista a necessidade de preços remuneradores aos cafeicultores, que vivenciam cenários de falta de competitividade em função das cotações aviltadas, que sequer cobrem os custos de produção”, diz o comunicado do CNC.

Na visão do Conselho, o Brasil tem feito a sua parte para garantir um quadro de oferta e demanda equilibrado. Lidera a produção mundial, com safras em torno de 50 milhões de sacas de 60 quilos. E consome 42% daquilo que produz. Além disso, tem investido em pesquisa de novas variedade e na modernização de leis e políticas de garantias de preços.

“Diante do descaso em relação aos preços a serem pagos para os produtores de café, anotamos que estamos avaliando, no Brasil, se atualmente é conveniente abrir novas áreas com a cultura, ampliando nosso parque, ou renovar lavouras antigas menos produtivas”, diz o Conselho.

Plano Safra

O Conselho Nacional do Café informa ainda que, na quarta-feira (18/4) protocolou no Ministério da Agricultura suas reivindicações para o Plano Safra 2018/2019. Entre os principais pedidos, está a revisão da polícia de preços mínimos pagos ao produtor de café.

Os de referência para a safra 2018/2019, R$ 341,21 para a saca de café arábica e R$ 202,19 para o robusta, são considerados incoerentes com a realidade. A entidade sugere um reajuste de 10% no mínimo para o arábica e de pelo menos 5% no do robusta, tomando por base os valores de 2017 (R$ 333,03 e R$ 223,59, respectivamente).

Reforçando o discursos de outras entidades representativas do agronegócio, o Conselho cobra também redução das taxas de juros no crédito rural, incluindo os financiamentos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). O CNC destaca que o custo do capital está superior à taxa Selic e precisa ser adequado à realidade macroeconômica do país.

Source: Revista Globo Rural

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