A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) cobrou em nota agilidade do governo na reversão do embargo da União Europeia à carne de frango de 20 frigoríficos brasileiros. A entidade considera a decisão dos europeus arbitrária e, no comunicado, manifesta indignação. Pede ainda mudanças na relação com o bloco, apoiando a abertura de um painel sobre o assunto na Organização Mundial do Comércio (OMC).
A CNA destaca que, no Brasil, cerce de 130 mil famílias de produtores rurais vivem da produção de carne de frango, exportada para mais de 160 países. E que o país é o único dos grandes produtores globais que nunca reportou nenhum caso de gripe aviária.
“Essa realidade demonstra a excelência dos controles sanitários aplicados pelos produtores brasileiros. Por outro lado, nossos concorrentes, como a própria União Europeia e os Estados Unidos, enfrentam dificuldades para manter o mesmo padrão de sanidade animal”, diz a CNA.
Diante da situação, a Confederação cobra do governo uma ação rápida na prestação de esclarecimentos ao demais parceiros comerciais. É preciso argumentar sobre o que chama de “motivos discriminatórios” do embargo europeu e garantir a qualidade do produto brasileiro.
Além disso, é preciso rever a relação do Brasil com a União Europeia, acredita a CNA, já que decisões como a desta semana podem prejudicar as negociações de um acordo de livre comércio com o bloco. Para a entidade, não há confiança em um parceiro que cria normas sanitárias para disfarçar barreiras comerciais, que atingem também produtos como carne suína e leite.
“Essa posição diferenciada da União Europeia apenas com os produtos agropecuários do Brasil não pode continuar regendo o relacionamento comercial. Por isso, apoiamos a decisão de abrir contencioso contra o Bloco europeu, que deverá responder mais uma vez por suas práticas discriminatórias perante a Organização Mundial do Comércio (OMC)”, diz.
Source: Revista Globo Rural