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JBS USA (Foto: Raphael Salomão/Ed.Globo)

 

O Ministério Público Federal no Distrito federal (MPF/DF) apresentou, nesta quinta-feira (14/3) denúncia referente às relações entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a J&F, dona da JBS. Doze pessoas foram denunciadas. Entre elas, o empresário Joesley Batista, os ex-ministros Guido Mantega e Antônio Palocci e o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho.

Os negócios entre J&F e BNDES no período de 2007 a 2011 foram investigados na chamada Operação Bullish, ação conjunta da Polícia Federal (PF), Ministério Público Federal (MPF) e Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo os procuradores, o projeto de internacionalização do grupo JBS foi viabilizado por meio de um esquema que envolvia pagamento de propinas.

A denúncia menciona supostas irregularidades no apoio do banco ao frigorífico em diversas negociações empresariais. Entre elas, a compra da americana Swift, as tentativas de compra das também americanas National Beef e Smithfield (operações que acabaram não concretizadas) e a aquisição da Pilgrim’s Pride, divisão de carne de frango da empresa nos Estados Unidos.

joesley-JBS-fantástico (Foto: Reprodução/TV Globo )

Segundo os procuradores, o BNDES sofreu perdas com aportes de recursos, subscrições de ações e aquisição de debêntures. “Em todos os casos de aportes citados, houve enquadramento, análise e aprovação das operações em tempo inferior ao recomendado pelo próprio banco. O tempo reduzido dos estudos significou comprometimento inequívoco na capacidade de análise de risco e de benefícios para o banco, bem como para a população brasileira”, diz o MPF/DF, em comunicado.

Da parte da JBS, Joesley Batista solicitava financiamento superavaliados, cujo excesso serviria para “retroalimentação do esquema”. Os valores pedidos eram liberados pelo BNDES mediante o recebimento de propinas e vantagens indevidas. Inicialmente, o empresário se relacionava com os ex-ministros Antônio Palocci e Guido Mantega, que também presidiu o BNDES.

Já Luciano Coutinho, ao assumir a presidência da instituição financeira, não apenas teria dado continuidade ao esquema, como o tornou maior. Segundo os procuradores, o número de irregularidades nas operações tornaria impossível que o presidente do BNDES não tivesse como saber que existiam ou mesmo tivesse recursos para impedi-las.

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As operações com a JBS teriam causado um prejuízo de R$ 1,86 bilhão ao banco estatal. Além do ressarcimento desse valor, o Ministério Público pede o pagamento de R$ 3,72 bilhões para efeito de reparação de danos. As acusações contra os denunciados são de formação de quadrilha, corrupção ativa, gestão fraudulenta, prevaricação financeira e lavagem de dinheiro.

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