As cotações das hortaliças mantiveram tendência de alta nas Centrais de Abastecimento (Ceasas) em janeiro, com exceção do tomate. Os dados são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que divulgou o 2º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort) nas Ceasas do País.
Os preços do tomate tiveram quedas em todos os mercados analisados e foram expressivas em Curitiba (PR) (34,66%) e Rio de Janeiro (RJ) (33,82%) em comparação com dezembro de 2018. Nas demais Ceasas as quedas ficaram entre 17% em Fortaleza (CE) e, aproximadamente, 25% em Belo Horizonte (MG), Vitória (ES) e Recife (PE).
Segundo o boletim da Conab, o movimento de baixa foi uma continuidade do que já havia sido observado em dezembro de 2018. "Com o clima quente, característico do verão, a maturação do fruto acelerada obriga o produtor a colocar sua produção no mercado, pressionando os preços para baixo", explica a estatal.
A cebola e a batata tiveram aumento de preço quase de forma unânime. A cebola somente apresentou preço em queda na Ceagesp – São Paulo (3,74%).
Entretanto, nos mercados em que os preços se elevaram, eles foram de pequena magnitude. Os porcentuais de variação positiva ficaram entre 2,00% na Ceasa/RJ – Rio de Janeiro e 13,18% na Ceasa de Goiânia (GO).
Conforme a Conab, a produção do bulbo nesta época do ano está concentrada na Região Sul do País, sobretudo em Santa Catarina, o que faz com que os preços fiquem mais altos do que no primeiro semestre, quando a origem é diversificada.
Os preços da batata subiram 19,14% em Goiânia; 17,45% no Rio de Janeiro; 14,97% em Vitória; 14,69% em Curitiba; 13,56% em Recife; 9,71% em Fortaleza e 1,94% em Belo Horizonte (MG). Na Ceagesp – São Paulo ocorreu queda de preço de 2,79%. "O fator de pressão sobre os preços é a previsão de menor produção da safra das águas 2018/19, com a diminuição da área plantada", informa a Conab.
Os baixos preços durante quase todo o ano de 2018 refletiram-se em desestímulo ao plantio. Para fevereiro, deve-se esperar nova alta, estima a estatal.
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A cenoura destacou-se em janeiro em virtude dos expressivos porcentuais de aumento de preço e, também, por ter ocorrido em todos os mercados analisados. Estas altas foram entre 41,73% na CeasaMinas – Belo Horizonte e 7,65% na Ceasa de Curitiba (PR). "O quadro conjuntural para a cenoura é de diminuição de oferta na sua principal região produtora, São Gotardo (MG)", explica a Conab.
A alface teve movimento de preços bastante variável nos mercados analisados. Enquanto na Ceagesp – São Paulo e na Ceasa de Curitiba eles subiram à expressiva marca de 50,50% e 48,86%, respectivamente, na Ceasa de Fortaleza observou-se queda de 34,76%. "Estes movimentos díspares, característicos das folhosas, são mais observados no verão com chuvas intensas e calor", comenta a Conab.
A Conab salienta que essas cinco hortaliças são as com maior representatividade na comercialização nas Ceasas e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA).
No segmento de frutas, o estudo também considerou os alimentos com maior participação na comercialização e no cálculo da inflação (banana, laranja, maçã, mamão e melancia). A Conab relata que a banana teve elevações de preços em quatro Ceasas.
No entanto, o clima quente provocou aceleração da maturação da banana nanica do Vale do Ribeira (SP), com queda de preços aos produtores por causa do aumento de oferta. No fim do mês houve um ligeiro aumento da demanda por causa dos preparativos para a volta das atividades escolares.
Já a banana prata está com preços mais elevados do que a nanica, em virtude da baixa oferta neste início de ano. O mamão formosa teve queda nas cotações no início do mês por causa da grande oferta.
Já o papaia, em virtude da baixa oferta, teve aumento de preços. "Essa dinâmica se inverteu no fim do mês, com o formosa ganhando fôlego (nem tanto pela radical redução da oferta e mais por causa da migração dos consumidores do papaia para o formosa)", explica a Conab.
Quanto à melancia, janeiro registrou um bom volume de frutas disponíveis para o varejo. A safra em Arroio dos Ratos (RS) foi finalizada e, junto com baixa atividade em Encruzilhada do Sul (RS), significou queda da oferta e consequente aumento de preços.
A maçã apresentou elevação de preços em todas as Ceasas analisadas, por causa da fase final do escoamento dos estoques contidos em câmaras frias. A variante fuji apresentou estoques menores do que a gala e, com isso, preços maiores.
Em relação à laranja, os preços subiram na maioria das Ceasas. Segundo a Conab, janeiro marcou um período de entressafra, com a diminuição dos estoques e das laranjas nos pomares com qualidade que podem ser encaminhadas para os centros de distribuição.
"A menor oferta resultou em preços mais altos para o consumidor final, para as indústrias de suco e seus contratos com os produtores, melhorando a rentabilidade no campo", conclui a estatal.
O levantamento é feito mensalmente pelo Prohort da Conab, a partir de informações fornecidas espontaneamente pelos grandes mercados atacadistas do País, nos Estados de SP, MG, RJ, ES, PE e CE.
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