Os insetos são essenciais ao bom funcionamento de todos os ecossistemas: eles polinizam as plantas, reciclam nutrientes e servem como base alimentar a outros animais. Por isso, o desaparecimento dos insetos “poderá ter consequência catastróficas de uma só vez para os ecossistemas do planeta e para a sobrevivência da humanidade”. A análise, bastante preocupante, é de Francisco Sánchez-Bayo, pesquisador da Universidade de Sydney (Austrália), que coletou dados com Kris Wyckhuys, da Academia de Ciências Agrícolas de Beijing (China).
A pesquisa mundial constatou que mais de 40% das espécies de insetos está declinando e um terço está ameaçada, rumo à extinção. A taxa de extinção é oito vezes mais rápida do que dos mamíferos, aves e répteis. Com a massa total de insetos caindo a uma taxa de 2,5% ao ano, de acordo com os dados disponíveis, eles estarão extintos do planeta em um século.
Os cientistas explicam que o planeta está no início da sexta extinção em massa da sua história, com as maiores perdas já reportadas em animais de grande porte, o que é mais fácil de estudar. No entanto, insetos são de longe os mais variados e abundantes animais do planeta, superando a humanidade em 17 vezes.
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“A menos que nós mudemos nossos meios de produção de alimento, insetos como um todo irão declinar a caminho da extinção em algumas décadas”, dizem eles. “As repercussões que isso terão para os ecossistemas do planeta são catastróficas, para dizer no mínimo”.
A análise, publicada no jornal Biological Conservation, afirma que a agricultura intensiva é a principal causa do declínio dos insetos, em particular pelo grande uso de pesticidas. Urbanização e mudanças climáticas são também fatores significativos.
“Isso significa a eliminação de todas as árvores e arbustos que normalmente cercam os campos, por isso existem campos simples e nus que são tratados com fertilizantes sintéticos e pesticidas”, destaca Sánchez-Bayo. A maioria dos estudos analisados foi feita na Europa Ocidental e nos EUA, com alguns indo da Austrália à China e do Brasil à África do Sul, mas muito poucos existem em outros lugares.
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Um estudo recente na Alemanha e em Porto Rico revelou o desaparecimento de 98% dos insetos terrestres há 35 anos, mas o estudo mostra claramente que a crise é mundial. As borboletas são as mais atingidas. Na Inglaterra, por exemplo, entre 2000 e 2009, o número de espécies de borboletas generalizadas caiu 58% em áreas de fazendas. O Reino Unido tem sofrido o maior recorde de queda na população de insetos, provavelmente pelo fato de ser um dos locais onde estudos como estes têm sido mais intensificados. As informações são do The Guardian.
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