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Tereza Cristina (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo e ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), além de mostrar preocupação com eventuais cortes nos subsídios agrícolas, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, defende que o Brasil jogue duro com os Estados Unidos, os maiores exportadores de commodities do mundo e concorrentes do País na área. Já o mercado chinês, em sua visão, não pode ser menosprezado. Tanto que ela vai marcar uma viagem para a China em breve para reforçar o relacionamento. Em relação à proposta de reforma da Previdência, a ministra afirma que é contra a mesma idade para aposentadoria de homens e mulheres, como quer a equipe econômica.

A retomada econômica mais rápida pode demorar. Como isso afeta o setor? Mais um motivo para tudo o que nós falamos, da cautela. Hoje, temos aí a China, que é nosso maior comprador de commodity e pode comprar até mais, mas nós estamos ajustando também esse relacionamento.

O que isso significa? Houve um mal-estar no começo do governo com algumas declarações. Então, estamos conversando, recebemos já o embaixador (da China), eu vou marcar uma viagem para a China em breve. O mercado internacional é de profissionais, não tem ninguém bonzinho nisso, então pega uma palavra… É um jogo de gente grande, sofisticadíssimo. Temos de solidificar os nossos mercados já existentes e abrir outros. Isso é uma decisão de política agrícola que nós vamos ter de tomar internamente. Nós vamos crescer? Vamos crescer na soja, no milho, no algodão? O que queremos?

O maior alinhamento do Brasil com os EUA pode trazer problema para a agricultura? Não sei se vai trazer problema para a agricultura, eu acho que não. Agora, não podemos esquecer que neste setor somos competidores, porque eles são os maiores exportadores do mundo de commodities. Nada contra se alinhar com os EUA, muito pelo contrário – mas sabendo que, nessa área, a gente tem de brigar duro com eles. A gente anda com os americanos na soja igual a uma corrida de cavalo.

Tanto na política quanto na questão econômica parece que existem arestas que precisam ser aparadas no governo. Absolutamente normal. É um governo novo. É claro que na equipe econômica o ministério cresceu muito, juntou muita coisa lá. Eles têm de saber quais são as demandas da Agricultura, onde pode pegar, onde não pode e fazer esse alinhamento. Isso é normal em todo governo.

A senhora se posicionou rapidamente contra a idade igual para homens e mulheres se aposentarem na minuta da reforma da Previdência. Desde a vez passada, já tinha essa discussão. Eu estava deputada. Minha posição é a mesma da outra vez.

A senhora tem preocupação na área rural com a reforma? Tenho, com a mulher rural. A mulher no campo, se você olhar uma mulher da minha idade, da sua idade, você vai ver que ela é muito mais acabada. Ela trabalha no sol, é muitas vezes o arrimo da família, é um trabalho extenuante. Então a mulher do campo é mais sacrificada do que a da cidade. Diminuir a idade só para a mulher do campo acho que não pode. Você tem de diminuir um pouco para todas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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