Há alguns anos, desde 2012 pelo menos, a Fertilizantes Heringer não vivia seu melhor momento e o mercado sabia disso. Ainda assim, o pedido de recuperação judicial comunicado ao mercado nesta semana causou alguma surpresa. Segundo o Fato Relevante divulgado na última segunda-feira (4/2), a empresa vinha fazendo tentativas de buscar investidores para seu negócio, mas não conseguiu. Por causa disso e com graves dificuldades de fluxo de caixa, a opção da família de Dalton Heringer, sócia majoritária, foi reduzir as atividades da empresa praticamente à metade, fechando 9 unidades do total de suas 19 e demitindo cerca de 1 mil funcionários de um total de 3 mil.
A queda dos negócios da empresa vinha sendo acompanhada há anos pelo mercado de modo extra-oficial. Desde 2008 os problemas enfrentados já eram muito sérios, ele diz, assim como a crise gerada pelo mercado imobiliário americano, que levou também o preço das commodities a despencar. "Naquele momento, o setor de fertilizantes caiu junto com as commodities e, paralelamente, as finanças da Heringer começaram a piorar devido a suas dívidas altas em dólar. Desde então, ela não vem dando conta disso", diz uma fonte do setor que pede para não se identificar.
Apesar dos imprevistos no cenário externo, a empresa de fertilizantes sempre teve facilidade para atrair investidores. Foi o que ocorreu há cerca de 10 anos com a entrada da marroquina OCP, empresa muito forte e respeitada pertencente à família real do Marrocos. "A OCP comprou 10% das ações da Heringer. Cerca de três anos mais tarde, foi a vez da canadense PCS/Nutrien, que comprou outros 10% do capital acionário."
Segundo a meta já declarada pela Nutrien de alcançar 30% de participação no mercado de fertilizantes no Brasil, a grande aposta do mercado agora é de que este será o momento de a canadense ampliar sua fatia de ações na companhia brasileira, cuja participação de mercado hoje é estimada em 15%.
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