O consumo de etanol hidratado no Brasil atingiu 19,39 bilhões de litros em 2018, alta de 42% sobre o total de 13,64 bilhões de litros de 2017 e um recorde histórico. As maiores demandas anuais anteriores pelo biocombustível tinham sido em 2015, com 17,86 bilhões de litros, antigo recorde, e em 2009, com 16,47 bilhões de litros. Os dados, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), foram compilados e divulgados nesta terça-feira (05/02) pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
A disparada no consumo de hidratado minimizou o recuo de 3,31% na demanda total de combustíveis do ciclo Otto – gasolina e etanol – no País, de 53,69 bilhões para 51,92 bilhões de litros entre 2017 e 2018. A queda, portanto, foi causada pela gasolina C (gasolina pura com até 27% de etanol anidro), que registrou recuo de 13,13% no consumo do ano passado no País.Segundo a entidade, o aumento do consumo de hidratado ocorreu por causa da maior produção de etanol e competitividade entre o biocombustível utilizado diretamente nos veículos flex fuel e a gasolina.
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"Esse cenário decorre da ampliação da oferta do biocombustível, conjuntamente a um contexto externo favorável com a elevada cotação do petróleo no mercado internacional e uma taxa de câmbio desvalorizada. Esses dois últimos fatores impactaram fortemente o preço da gasolina na refinaria, encarecendo-o", justificou a Unica, em nota.
A paridade média entre hidratado e gasolina nos postos observada em 2018 foi de 66%, a melhor registrada na década, ante 70,7% em 2017. Por ter menor poder calorífico, o etanol deve ter um preço limite de 70% do derivado de petróleo nos postos para ser considerado vantajoso. Segundo a Unica, em pelo menos 17 Estados brasileiros os preços indicaram as melhores condições relativas nos últimos 10 anos e em dez unidades da federação houve também recorde de consumo do hidratado em toda a série histórica.
Destaques para São Paulo, com consumo de 9,95 bilhões de litros em 2018, Minas Gerais, com 2,49 bilhões de litros, e Goiás, com 1,51 bilhão de litros. Os três maiores produtores do País concentraram quase 70% de todo volume demandado de hidratado no ano passado. Os demais Estados que tiveram recorde de consumo foram Amazonas, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte.Com o recorde de demanda pelo biocombustível, a participação do etanol total (hidratado e anidro) na matriz de combustíveis utilizados pela frota de veículos de passeio e de carga leve (ciclo Otto – em gasolina equivalente) atingiu 46% em 2018, a maior desde 2009. Em Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo, o etanol foi responsável por abastecer mais da metade da matriz de transportes leves, com 60,9%, 65,7%, 50,9% e 60%, respectivamente.
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