Uma possível perda de eficiência da tecnologia de resistência a insetos (também conhecida como Bt), inserida nas sementes de algodão, milho e soja, poderia fazer com que agricultores brasileiros deixassem de lucrar R$ 86,3 bilhões na próxima década, segundo o Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB). A avaliação consta do estudo "Impactos econômicos e socioambientais da tecnologia de plantas resistentes a insetos no Brasil: análise histórica, perspectivas e desafios futuros".
O cálculo para o valor que deixaria de ser obtido pelos produtores considera R$ 70,5 bilhões de receita com ganhos de produtividade e R$ 15,8 bilhões de economia nos custos de produção. Entre 2005 e 2018, as culturas resistentes a insetos geraram lucro adicional de R$ 21,5 bilhões para os agricultores, segundo a pesquisa.
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O estudo foi conduzido pelo CIB em parceria com a Agroconsult e avaliou lavouras de algodão, milho e soja resistentes a insetos e as comparou com aquelas que não contam com a proteção oferecida pelas variedades transgênicas.
Os resultados mostram que foram produzidos 55,4 milhões de toneladas a mais de algodão, soja e milho entre 2005 e 2018 em consequência da tecnologia de resistência a insetos. "Esse montante poderá ser acrescido de 107,1 milhões de toneladas de grãos e fibras na próxima década", disse o CIB, em nota. No mesmo período, o cultivo de plantas Bt contribuiu para reduzir em 122 mil toneladas o volume de inseticidas aplicados no campo, ou praticamente 50 mil toneladas de ingrediente ativo. Para a próxima década, a previsão é que sejam economizados mais 294 mil toneladas de inseticidas ou 98 mil toneladas de ingrediente ativo.
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