Refletir, compartilhar experiências e permitir que vozes de diferentes idiomas e lados da pesquisa científica, sociedade, entidade falem sobre um interesse comum a qualquer indivíduo da Terra: alimento.
O simpósio Fruto, promovido pelo chef Alex Atala e pelo produtor cultural Felipe Ribenboim, com a chancela do Instituto ATÁ, abriu seu ciclo de palestras na sexta-feira (25/01) sobre a sustentabilidade dos sistemas de produção de alimentos em todo o mundo, através de representantes nacionais e internacionais de vertentes agroecológicas, agronegócio, políticas públicas, comunidades indígenas e quilombolas, e profissionais da gastronomia.
“A primeira versão do Fru.to era carregar uma semente e acho que a semente está germinando. O Fru.to ganhou mais corpo, ganhou mais tempo, mais dias, mas ganhou também mais amplitude”, destacou o chef Alex Atala.
O simpósio dedicado as diversas soluções de cooperação aproveitou para fazer um minuto de silencio, no segundo dia do evento (26|01), após o rompimento da barragem em Brumadinho (MG). “Ficamos profundamente tocados por isso, não apenas pelas vidas que se perderam, como também pelo meio ambiente, no momento em que a gente está discutindo possibilidades e vê que isso aconteceu, o quanto isso é impactante para essa cadeia do alimento que estamos falando agora”, comenta Felipe Ribenboim.
O Fruto floriu, cresceu, trouxe sementes que estão se disseminando. Segundo Ribenboim, o nome agora se posiciona como uma plataforma de conexão para receber projetos e ações que estão acontecendo no mercado, começando pela criação do selo Fru.to, que inicia a sua atuação com os ovos de galinhas jovens com a Fazenda da Toca.
O diretor geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO, sigla em inglês), José Graziano da Silva, em mensagem de vídeo transmitida no evento, disse que o questionamento que motivou o chef Atala a criar este evento é o mesmo que a FAO se empenha a responder desde a sua fundação, em 1945: como podemos alimentar a todos?’
Segundo da Silva, existem 820 milhões de pessoas que passam fome num mundo que produz quantidade de comida suficiente para alimentar a todos, mas que não oferece acesso à uma alimentação adequada a todos, que enfrenta conflitos climáticos e que desperdiça um terço da produção no trajeto da fazenda ao prato.
O cardápio do almoço é uma aula simbólica – contudo prática – do que “sobra” da comida produzimos e não consumimos: casca de banana à milanesa, quiabada com raízes crocantes de coentro, bobó de legumes, salada de feijões e sobremesas como doce de banana com farofa de paçoca. Garantimos: o sabor é ainda melhor que o conceito.
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