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cana-canavial (Foto: Sergio Ranalli/Ed. Globo)

 

A INTL FCStone manteve nesta quinta-feira (17/1), na segunda estimativa para safra 2019/2020 de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil, a previsão de um processamento de 564,7 milhões de toneladas de cana no período a ser iniciado em 1º abril. A estimativa representa queda de 1% ante o total de 570,3 milhões de toneladas de cana previsto para 2018/2019. Esse número da atual safra é levemente superior da primeira estimativa, de novembro do ano passado, em 567 milhões de toneladas.

Segundo o relatório do analista João Paulo Botelho, o clima na região brasileira "apresentou piora relevante desde o começo de dezembro", com chuvas acumuladas de apenas 209,5 milímetros (mm) nas três quinzenas, queda de 36,4% em relação à média histórica para o período, um dos mais importantes para o desenvolvimento da cana.

No entanto, o acumulado na região entre agosto e novembro do ano passado foi de 588,7 mm, 46,9% superior ao normal, o que deve compensar a falta recente de chuva. "Devemos destacar que, se as chuvas se mantiverem abaixo do normal nos próximos meses, é possível que a moagem recue ainda mais", alertou Botelho. Segundo o analista, a oferta de Açúcar Total Recuperável por tonelada (ATR/t) de cana processada deve cair 1,3% entre as safras, de 139 kg/t previstos para 2018/2019, para 137,1 kg/t estimados em 2019/2020.

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"O motivo para esperarmos uma redução neste indicador é o fato de que o mesmo foi anormalmente elevado em 2018/2019, visto que o tempo excepcionalmente seco entre fevereiro e junho levou à forte redução no conteúdo de água na cana e, consequentemente, ao maior teor de ATR", destacou.

Segundo a consultoria, o cenário para o próximo ano é "menos favorável" ao etanol. Por isso, apesar de uma safra novamente mais alcooleira, o mix de destino cana para a produção de biocombustível deve cair dos atuais 64,9% estimados para 2018/2019 a 59% previstos para 2019/2020. Na primeira estimativa, a previsão era que o mix ficasse em 60,3%. A produção de etanol de cana deve ficar em 26,8 bilhões de litros, redução de 600 milhões de litros ante a estimativa inicial, de 27,4 bilhões de litros, e queda de 10,7% sobre os 30 bilhões de litros previstos para a atual safra 2018/2019.

A produção de hidratado de cana deve cair 19,8%, para 17 bilhões de litros e o volume de anidro de cana deve avançar 10,9%, para 9,8 bilhões de litros entre as duas safras.A oferta de etanol de milho, mantida ente as duas previsões, deve ser de 1,2 bilhão de litros, alta de 35,2% sobre os 900 milhões de litros previstos para a atual safra pela INTL FCStone. A produção total de etanol deve cair de 30,9 bilhões para 28 bilhões de litros.

Segundo a INTL FCStone, é improvável que a queda no preço do petróleo verificada desde o final do ano passado possa ser revertida para uma forte valorização. Isso prejudica a produção de etanol e favorece a previsão para uma oferta maior de açúcar. Com isso, a consultoria elevou a previsão do mix de destino da cana para a produção do adoçante de 39,7% para 41% em 2019/2020, ante 35,3% em 2018/2019. Com mais cana para o açúcar, produção no Centro-Sul deve ficar em 30,2 milhões de toneladas alta de 14,3% sobre as 26,5 milhões de toneladas de 2018/2019, e 900 mil toneladas superior à estimativa inicial, de 29,3 milhões de toneladas para 2019/2020.

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