A produção de arroz do Rio Grande do Sul deve ser 11% menor na safra 2018/2019, segundo previsão da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz/RS). A entidade estima uma colheita de 7,3 milhões de toneladas, ante 8,2 milhões de toneladas no período anterior. A revisão de 900 mil toneladas para baixo foi realizada após perdas registradas nos arrozais gaúchos, em virtude das fortes enchentes que atingiram a metade sul do Estado.
Ainda segundo a entidade, a área colhida deverá ficar abaixo de 990 mil hectares (20 mil hectares a menos ante a safra anterior). A produtividade média também foi revisada de 7,93 mil quilos por hectare da safra passada para 7,4 mil quilos por hectare na temporada atual. Se os dados forem confirmados, a colheita gaúcha se aproximará da safra 2015/2016, quando enchentes também prejudicaram a produção. No Brasil devem ser colhidos 10,5 milhões de toneladas, conforme dados divulgados pela Federarroz.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em seu mais recente levantamento, projeta a safra nacional do cereal em 2018/2019 em 11,2 milhões de t, queda de 7,1% em comparação com o período anterior (12,1 milhões de t). O Rio Grande do Sul responde por 70% da produção nacional de arroz. Além disso, a maior parte dos arrozais do Estado está concentrada nas regiões atingidas (cerca de 45% das lavouras).
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Entre 6 e 10 de janeiro, a estação experimental do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) registrou 500 milímetros de chuva em Uruguaiana. Na safra atual, pelo menos em 55% do período de cultivo o tempo foi chuvoso ou com menor incidência solar. "Isso era o que os arrozeiros não precisavam, pois o custo de produção pode ser o maior da história, o que agrava a situação de forma muito significativa, aliado no mínimo de quatro anos muito ruins, seja por preço ou seja por produtividade, o que elevou sobremaneira o endividamento do setor produtivo", destaca o presidente da Federarroz/RS, Henrique Dornelles.
A quebra da colheita também preocupa o setor industrial. Segundo o diretor-executivo do Sindarroz, Tiago Barata, o temor está na pior condição competitiva da indústria gaúcha no abastecimento do mercado doméstico e internacional. "A partir de agora, quem quiser abastecer as suas gôndolas com arroz de melhor qualidade, vai precisar pagar mais", afirmou Barata. A Federarroz/RS projeta também um aumento em torno de R$ 20,00 pela saca de 50 quilos do grão, com o preço girando acima dos R$ 50,00 pela saca.
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