O Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paranã, estimou a safra estadual de café entre 1 milhão e 1,1 milhão de sacas de 60 kg. Os dados de campo apontam estabilidade tanto na área cultivada como na produção esperada quando comparado ao registrado na safra 2018, quando foram colhidas entre 950 mil e 1,05 milhão de sacas.
O economista Paulo Sérgio Franzini, a analista do Deral, observa que com a manutenção da área cultivada em relação a última safra e analisando o ciclo de bienalidade da produção cafeeira dos últimos anos, poderia se projetar uma safra um pouco melhor no Paraná para 2019. Vale lembrar que a produção no ano passado (de baixa produtividade dos cafezais) recuou 17% em relação a 2017.
Ele explica que fatores como as variações climáticas, as floradas irregulares, a forte elevação nos custos de produção e a queda nos preços recebidos afetaram precocemente o potencial produtivo dos cafezais.
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Franzini lembra que as primeiras floradas ocorreram antecipadamente a partir de agosto e se estenderam até a segunda quinzena de dezembro. “Este período prolongado entre as floradas resultou em desuniformidade no ciclo dos frutos na mesma planta, atrapalhando não só o manejo fitossanitário correto das lavouras, mas o planejamento da colheita especialmente visando a obtenção de maior volume de café de qualidade superior.”
Segundo ele, as chuvas abaixo da média e temperaturas mais elevadas registradas nos meses de novembro e dezembro também prejudicaram um pouco o “pegamento” das floradas e contribuíram para queda de chumbinhos acima do normal.
Outro aspecto negativo é que os baixos preços recebidos pelos cafeicultores durante todo ano de 2018, aliada a elevação dos preços dos insumos, faz com que os atuais preços não cubram os custos de produção. “Este cenário e poucas perspectivas de recuperação das cotações no mercado físico a curto prazo, exige que os produtores melhorem cada vez mais a gestão do seu negócio, e tem gerado grande preocupação do setor produtivo em manter a atividade com inovação e tecnologia necessárias”, diz Franzini.
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