As exportações brasileiras de suco de laranja recuaram 12% em volume e 8% em receita no primeiro semestre da safra 2018/2019, entre julho e dezembro do ano passado, sobre igual período da safra anterior. O volume saiu de 584,59 mil para 516,91 mil de toneladas e o faturamento recuou de US$ 1,052 bilhão para US$ 968,62 milhões entre os períodos. Os dados foram divulgados nesta terça-feira, 15, pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR) a partir dos números do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
Segundo o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, a queda das exportações ocorre porque na safra passada o volume movimentado foi muito alto para reposição de estoques das companhias. "Na safra passada, por causa dos estoques muito baixos, houve uma movimentação de suco muito grande. Então, além de atender à demanda corrente, foi necessário repor uma quantidade considerável do produto", justificou.
O levantamento considera a soma dos volumes de suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ) e do o suco fresco, ou não concentrado e congelado (NFC). O volume de NFC, seis vezes maior, é transformado no equivalente em FCOJ e somado ao do concentrado no total divulgado.
As exportações brasileiras de FCOJ no primeiro semestre de 2018/2019 somaram 364,28 mil toneladas, queda de 19,3% em relação ao mesmo período de 2017/2018, quando foram exportadas 451,23 mil toneladas. Já o faturamento com esse tipo de suco, de US$ 690 milhões, foi 14,8% menor que os US$ 809,3 milhões da primeira metade da safra anterior. As vendas externas de NFC tiveram alta de 14% na mesma base de comparação de 133,36 mil toneladas para 152,63 mil toneladas, e o faturamento cresceu 15%, de US$ 242,61 milhões para USS 278,64 milhões.
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Mercados
A União Europeia, mercado que consome cerca de 70% do suco de laranja brasileiro, importou 333,53 mil toneladas em suco de laranja equivalente em FCOJ na metade inicial de 2018/2019, queda de 8% em relação às 361,93 mil toneladas registradas no mesmo período de 2017/2018. O faturamento somou US$ 625,59 milhões, queda de 4% ante os US$ 649,72 milhões de receita com as vendas da bebida ao bloco econômico no primeiro semestre da safra anterior.
Os Estados Unidos, responsáveis pela alta nas exportações de suco de laranja brasileiro na safra passada, agora atuam diretamente no recuo das vendas. Entre julho e dezembro de 2018 foram embarcadas 112,65 mil toneladas para portos norte-americanos, ante 151,26 mil toneladas no período anterior, recuo de 26%. Em receita, a queda foi de 23% mesma base de comparação, de US$ 263,11 mil para US$ 202,98 mil. Segundo a CitrusBR, a baixa nas exportações aos Estados Unidos era esperada pelas indústrias, já que na safra anterior os pomares daquele país haviam sido atingidos pelo furacão Irma (em setembro de 2017) e os norte-americanos precisaram importar mais suco para estoques e consumo interno.
Destaque positivo para as exportações ao Japão, com alta 65% no volume comprado na primeira metade da safra 2018/2019 em relação ao mesmo período da safra anterior, de 18,29 mil para 30,20 mil toneladas. O crescimento de receita foi de 72% para o mercado japonês, de US$ 34,47 milhões para R$ 59,25 milhões entre os períodos, "Ao que tudo indica, não se trata de um aumento de demanda, mas adiantamento de embarques para esse destino", ponderou Netto.
A China, quarto maior mercado consumidor do suco de laranja brasileiro, importou 14,74 mil toneladas até dezembro na safra 2018/2019, ante as 18,99 mil toneladas no primeiro semestre da safra passada. A queda foi de 22% no volume e de 19% no faturamento, de US$ 36,9 milhões para US$ 29,9 milhões no mesmo período de 2018. "A China tem comprado muito suco não concentrado (NFC) de países como Chipre, Espanha e Israel", concluiu o executivo da CitrusBR.
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