O aumento da produção brasileira tem sido um “pano de fundo” para pressionar os preços internacionais do café, apesar das expectativas de aumento do consumo da bebida no Brasil e em outros países. É o que avalia o Escritório Carvalhaes, de Santos (SP), em boletim de mercado, ao comentar a baixa das cotações, em Nova York, nesta semana.
“A recuperação da produção brasileira depois de três anos de severas secas sobre os cafezais e a forte alta do dólar frente ao real foram usadas como “pano de fundo” para a pressão sobre as cotações. Não interessa o fim dos estoques governamentais brasileiros, nem o fato da atual safra recorde ser apenas a necessária para abastecer nosso consumo interno e exportações neste ano-safra”, avalia a empresa.
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Os principais contratos de arábica na Bolsa de Nova York terminaram a semana com desvalorização, reforçando uma tendência vista pelo menos desde o final de outubro. O vencimento para março de 2019 encerrou a sexta-feira cotado a US$ 1,04 por libra-peso. Para entrega em maio, a cotação foi de US$ 1,07. Os dois papeis têm sido os mais negociados.
De acordo com o Escritório Carvalhaes, foi a sétima semana seguida de baixa acumulada na bola norte-americana. Só nos últimos dias, a retração foi de mais de 2 mil pontos, o que representa uma perda de US$ 0,02 por libra. Na avaliação da empresa, a situação atual é frustrante para os cafeicultores brasileiros, que esperaram recuperar renda com a boa safra.
“Quando finalmente tiveram uma boa safra, com a qual contavam recuperar parte dos prejuízos de três anos seguidos de seca sobre seus cafezais, sofrem com a queda do preço do café de um lado e forte subida dos custos de produção do outro. Subiram os preços dos defensivos, fertilizantes, combustíveis, energia elétrica e fretes”, diz o boletim.
No mercado interno, um café arábica cereja descascado de bom preparo tem variado entre R$ 440 e R$ 450 a saca. Em Minas e na região da Mogiana Paulista, 60 quilos estão cotados entre R$ 430 e R$ 440.
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Também em boletim de mercado divulgado nesta semana, a Cazarini Trading Company, de Varginha (MG), relata que foram realizados negócios, mas avalia como pontuais. E acrescenta que não se deve esperar muita mudança na situação para este final de ano. Resta, então, “torcer” para os produtores irem mais ao mercado e que mais negócios sejam realizados depois da virada.
Com procura reduzida neste momento, segundo a corretora, os diferenciais seguem inalterados para cafés de nível mais alto. Finos da região do Cerrado Mineiro têm sido cotados de R$ 450 a R$ 455 a saca de 60 quilos. Um produto de pior classificação e maior número de defeitos está entre R$ 375 e R$ 380.
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