O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse, nesta quarta-feira (5/12), que a escolha do novo ministro do Meio Ambiente está difícil e que vários nomes qualificados estão em avaliação. Ele fez a afirmação em entrevista coletiva após participar de evento em que recebeu uma condecoração do Exército, em Brasília (DF).
“Estamos analisando, está difícil, temos bons nomes, mas precisamos de alguém que se adapte ao que eu quero", disse. "Estou igual ao técnico da Seleção de 1970. Tem vários camisas 10 disputando essa posição”, acrescentou, referindo-se ao time que conquistou o terceiro título brasileiro da Copa do Mundo, no México, em 1970, treinado por Zagallo.
Mantendo a linha de discurso adotada desde a campanha, Bolsonaro reafirmou que seu objetivo no governo é garantir a preservação do meio ambiente sem, contudo, prejudicar os setores produtivos. O presidente eleito já falou diversas vezes que a fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) criou uma “indústria de multas” no Brasil.
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Questionado sobre o destino da Fundação Nacional do Índio (Funai), Bolsonaro voltou a sinalizar que a situação está indefinida. A instituição é vinculada ao Ministério da Justiça, a ser comandado pelo ex-juiz Sérgio Moro e ele próprio chegou a dizer que pode ficar como está.
Chegou a ser cogitada a vinculação ao Ministério da Agricultura, mas esta possibilidade já foi praticameente descartada pelo presidente eleito em ocasião anterior. Outra alternativa estudada na transição é vincular a Fundação ao futuro Ministério da Cidadania.
"Vai para algum lugar a Funai. Fiquem tranquilos. Vai para algum lugar onde o índio receba o respeito que merecem ", disse ele, na entrevista.
Bolsonaro reafirmou que haverá mudanças na política indigenista no país e criticou “setores da imprensa”, que, segundo ele, fizeram "maldade” com declarações anteriores dele sobre o assunto. Disse ainda que o indígena quer se integrar aos demais setores da sociedade e que um produtor rural não pode “ler no jornal” que sua área passou a não lhe pertencer mais.
“Índio quer energia elétrica, acessar internet, jogar seu futebol. Na Bolívia, um índio é presidente”, disse Bolsonaro, fazendo referência ao presidente boliviano Evo Morales, de origem indígena. “Por que na Bolívia um índio pode ser presidente e aqui no Brasil alguns querem que o índio fique em reserva como um animal enjaulado?”, questionou.
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