Apesar da pressão da indústria por preços menores, as cotações do boi gordo têm se sustentado neste início de novembro. É o que afirmam os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com base no indicador da arroba baseado em São Paulo. De 31 de outubro a 7 de novembro, a referência acumulou leve alta de 0,69%, fechando a R$ 146,15 por arroba na quarta-feira (7/11).
“A disparidade entre os valores da arroba diminuiu neste início de novembro. A pressão exercida pela indústria aumentou, devido às escalas de abate mais alongadas – as compras de lotes maiores a preços superiores no final de outubro e o relativo aumento da oferta de animais possibilitaram esse alongamento. Ainda assim, alguns fechamentos de negócios a valores maiores são observados”, diz o Cepea, em nota, nesta quinta-feira (8/11).
Em Mato Grosso, o mercado do boi manteve a trajetória de queda nos preços na virada do mês, de acordo com o Instituto de Economia Agropecuária do Estado (Imea). Em boletim semanal, a instituição registrou uma desvalorização de 0,33% no valor médio na última semana, com a arroba cotada a R$ 133,83. Ainda assim, um valor maior que o registrado na mesma época em 2017.
Situação semelhante aconteceu com os preços do bezerro de doze meses no Estado. Segundo o Imea, a cotação na última semana caiu 0,64%, chegando em R$ 1.209,33. O preço ainda é maior que o verificado na mesma época no ano passado. A exceção no relatório semanal foi a vaca gorda, que subiu 0,42% e foi cotada, em média, a R$ 127,59 por arroba.
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Esses movimentos de preço foram registrados em meio a alta nos custos de produção na bovinocultura de corte mato-grossense. No terceiro trimestre deste ano, a fase da cria registrou maior elevação, de 1,04%, passando de R$ 112,26 para R$ 113,43 por arroba.
A maior pressão veio da suplementação, cujo preço subiu mais de 3% no período. Ao mesmo tempo, a receita do criador ficou menor. No intervalo entre julho e setembro, o preço do bezerro caiu mais de 3%, afetando a rentabilidade.
O ciclo completo também ficou mais caro para o pecuarista. Segundo o Imea, o custo total subiu 0,66% no terceiro trimestre, chegando a R$ 115,68 por arroba do boi, também pressionado pelo valor da suplementação, com peso recorde na conta da produção.
“Vale a ressalva de que o pecuarista que opta pelo sistema de ciclo completo pode encontrar uma melhor forma de controlar seu custo de produção, visto que não há grande necessidade de aquisição de animais. No entanto, este sistema é de alta complexidade e exige atenção redobrada aos indicadores técnicos e financeiros”, alertam os técnicos do Imea.
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