O ritmo intenso das exportações de carne bovina não ajudou a aumentar o preço do boi gordo no mercado brasileiro. É o que aponta o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), que encerrou o mês de outubro acumulando queda de 4,38%. Na quarta-feira (31/10), a arroba fechou cotada a R$ 145,15.
“A pressão vem da maior oferta de animais de confinamento e também da menor demanda por parte de frigoríficos, que vêm recebendo lotes de boi já contratados anteriormente. Somando a isso, a demanda interna por carne bovina ainda segue arrefecida, o que está atrelado à lenta recuperação da economia brasileira”, dizem os pesquisadores, em nota.
Em Mato Grosso, o Instituto de Economia Agropecuária do Estado (Imea) registrou queda de 0,3% no boi gordo na semana passada, depois de mais de dois meses de sucessivas altas. A arroba no mercado local foi cotada, em média, a R$ 134,27. Ainda assim, o valor é maior que o da mesma época no ano passado.
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Segundo o Imea, a utilização da capacidade instalada dos frigoríficos está menor. A média diária de abates caiu 2,15% na comparação de agosto (19,44 mil cabeças por dia) com setembro (19,02 mil cabeças por dia).
“Nesta época do ano é característico o aumento na dificuldade em encontrar fêmeas aptas para o abate, e o que tem sido mais afetado por isso são as indústrias frigoríficas de pequeno e médio portes”, diz a instituição.
Um reforço, principalmente, na demanda externa pela carne bovina brasileira, pode vir da retomada das exportações para a Rússia, acreditam entidades representativas do setor. Em nota divulgada na quarta-feira, a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) lembrou que os russos chegaram a ser responsáveis pela compra de 10% do produto nacional.
De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Bovina (Abiec), unidades de cinco empresas foram liberadas para exportar a partir desta quinta-feira (1/11). A expectativa, no entanto, é de que mais plantas industriais sejam habilitadas.
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