A Fibria entrou para os holofotes globais do mercado em março deste ano porque está prestes a se tornar, após a fusão com a Suzano Papel e Celulose – que ainda deve ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pelas autoridades europeias –, a maior companhia de celulose do mundo. A transação já recebeu parecer favorável nos Estados Unidos, China, Turquia, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o aval dos acionistas das duas empresas. A oferta da Suzano, em dinheiro e ações, foi avaliada à época em R$ 35 bilhões e a união das duas companhias tem sinergias esperadas de R$ 12 bilhões. Combinadas, o valor de mercado da “gigante” é de cerca de R$ 100 bilhões.
A fusão vai ser emblemática para a Fibria, que é a vencedora da categoria Papel, Celulose e Reflorestamento no Melhores do Agronegócio, devido ao seu bom desempenho econômico registrado no ano passado. A empresa considera que os bons ventos começaram a soprar mais fortes já no final de 2017, particularmente no último trimestre, quando a companhia bateu recordes de produção, surfou na alta internacional da commodity e reduziu o custo operacional.
O motivo para tantos resultados positivos foi a entrada em operação, no fim de agosto do ano passado, do projeto de ampliação da capacidade instalada, batizado internamente de Horizonte 2, totalmente concluído e em operação desde o início de 2018.
Iniciado há três anos, o projeto significou um investimento total de R$ 7,3 bilhões, com a geração direta e indireta de cerca de 40 mil postos de trabalho e 8.700 trabalhadores no local das obras durante o pico da construção. Como entrou em operação somente em setembro de 2017, o Horizonte 2, em Três Lagoas (MS), produziu cerca de 400.000 toneladas, relativamente pouco quando comparado ao volume total comercializado pela Fibria no ano, que foi de 6,2 milhões de toneladas de celulose – alta de 13%. A receita líquida foi de R$ 5 bilhões, com rentabilidade sobre o patrimônio líquido de 7,4%.
Com os recursos investidos, a capacidade instalada, quando a operação estiver a pleno vapor, chegará a 8,1 milhões de toneladas de celulose ao ano (7,25 milhões de toneladas da Fibria e outras 900.000 toneladas relativas ao acordo fechado com a Suzano).
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