O Programa IAC de Qualidade de Equipamentos de Proteção Individual na Agricultura (IAC-Quepia), sediado em Jundiaí, recebeu 10 mil euros (cerca de R$ 50 mil) de uma entidade sediada na França para conduzir uma pesquisa sobre roupas usadas por trabalhadores rurais em operações de pulverização dos defensivos agrícolas. O objetivo é gerar novas recomendações quanto ao descarte e ao reaproveitamento desses equipamentos após o uso. Atualmente, não há recomendações técnicas para o descarte das vestimentas.
A Union des Industries de la Protection des Plantes (UIPP) se interessou pelo projeto após o coordenador do IAC-Quepia, o pesquisador Hamilton Ramos, apresentar trabalhos realizados pelo Programa durante a Conferência Europeia de Vestimentas de Proteção. Segundo ele, o investimento representa cerca da metade dos recursos para a pesquisa. O restante é bancado pelo próprio IAC-Quepia.
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No trabalho, serão analisados o uso repetido das vestimentas, a lavagem e a durabilidade de tecidos específicos. “Hoje, no Brasil e no mundo, ninguém sabe ao certo o que deve ser feito com vestimentas protetivas após o término da validade dos produtos. Não há ainda uma norma específica para o descarte”, explica Ramos. “Alguns Estados brasileiros defendem que, após o tempo útil, as vestimentas sejam incineradas. Outros dizem que elas podem ser descartadas como lixo comum. São dois extremos, e ainda não há um estudo específico para embasar tal decisão”. Com o trabalho, ele espera determinar o modo correto de descarte dos equipamentos de proteção individual. A previsão para apresentar um resultado parcial do estudo é de um ano.
Com 12 anos de atividades, o IAC-Quepia é uma parceria do Centro de Engenharia e Automação do Instituto Agronômico (CEA-IAC) e a indústria de equipamentos de proteção individual agrícola. Ramos é um dos fundadores do Programa — o pesquisador tem 35 anos de experiência na área de segurança nas aplicações de agrotóxicos e está há 30 trabalhando no IAC.
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O projeto nasceu da necessidade de se criar normas de segurança para a confecção das vestimentas. “Mas, enquanto trabalhávamos, percebemos que não adiantaria criar essas normas se o mercado não estivesse preparado para oferecer produtos que seguissem as exigências. Então chamamos a indústria desse setor para participar”, explica Ramos. Assim, o Quepia surgiu como uma parceria público-privada. Atualmente, 10 fabricantes de vestimentas protetivas fazem parte da iniciativa.
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