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Furacão Florence, em fotografia da Estação Espacial Internacional (Foto: Departamento de Defesa dos Estados Unidos/NASA)

 

A indústria de carne suína pode transferir fazendas de suínos de áreas de várzeas, após o furacão Florence ter inundado dezenas de lagoas de armazenamento de resíduos animais, disse o diretor executivo da Smithfield Foods, Ken Sullivan, durante o Global Food Forum, promovido pelo Wall Street Journal, na quinta-feira, 27/9. "Após essa tempestade tropical, vamos reavaliar nossas medidas preventivas", disse Sullivan.

Os danos do Florence em fazendas e lagoas de resíduos renovaram os pedidos de grupos ambientalistas para que os processadores transfiram essas instalações para longe das várzeas. As enchentes após a tempestade também representaram uma ameaça ambiental. Cinco lagoas de resíduos de suínos sofreram danos estruturais, pelo menos duas foram violadas e chuvas fortes fizeram com que o esterco transbordasse de pelo menos 30 outros locais, de acordo com autoridades do Estado. Esses resíduos podem contaminar as águas subterrâneas com o transporte de patógenos como a salmonela, além de agroquímicos.

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Sullivan informou que, no geral, os produtores da Smithfield na Carolina do Norte enfrentaram o Florence melhor do que o furacão Floyd em 1999. Menos de 1% das lagoas de resíduos de leitões da empresa foram inundadas ou danificadas pela passagem da tempestade, segundo a companhia. Os esforços da Smithfield, que é a maior processadora de carne suína do país, para realocar fazendas nos últimos 20 anos, também ajudaram, na análise do diretor executivo.

De acordo com estimativas do Departamento de Agricultura e Serviços ao Consumidor da Carolina do Norte (NCDA&CS, na sigla em inglês), as inundações causadas pela passagem do furacão Florence em fazendas do país levaram a morte 5,5 mil dos 8,9 milhões de suínos no Estado. O número é quase o dobro em comparação com o furacão Matthew, que atingiu o Estado em 2016 e levou a morte de 2,8 mil animais. Segundo o Conselho de Suínos da Carolina do Norte, é o pior prejuízo ao plantel em duas décadas.

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No evento, o secretário de Agricultura dos EUA, Sonny Perdue, disse que "medidas para se preparar para furacões e outros desastres são dignas de serem discutidas". No geral, porém, ele disse que fazendeiros e indústrias pecuaristas fizeram um bom trabalho para mitigar os danos causados pela passagem do Florence que, segundo Perdue, atingiu áreas do Estado que não haviam sido inundadas antes. "Os fazendeiros fizeram um bom trabalho, por mais difícil que seja você se preparar para 30 polegadas (76,2 centímetros) de chuva", afirmou Perdue.

Após a ocorrência do furacão Floyd, em 1999, a entidade ambiental da Carolina do Norte usou fundos estatais para comprar e movimentar mais de 100 lagoas de resíduos das planícies de inundação, segundo o governo local. Mas na avaliação de Fred Krupp, presidente do Environmental Defense Fund, que trabalhou com a Smithfield em medidas para reduzir os impactos de danos ambientais, a recente onda de fortes tempestades merece maior esforço indústria de suínos para aumentar as medidas defensivas. "É uma incumbência da indústria construir um sistema menos vulnerável aos desastres", disse Krupp.

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