_O etanol tende a ser o setor mais beneficiado pela política nacional de biocombustíveis, o RenovaBio. Para o analista de mercado da INTL FCStone, João Paulo Botelho, o programa pode desencadear um novo ciclo de investimentos para o setor, tanto na cadeia produtora de etanol de cana-de-açúcar, quanto do combustível proveniente do milho. "O momento de superávit global de açúcar não deve permanecer por muitos anos e, quando vier essa virada na oferta, as usinas terão mais um incentivo (financeiro) para investir em área agrícola. Nos próximos anos, é possível que também haja investimento em expansão industrial das usinas", projeta o especialista. Enquanto a virada do açúcar não ocorre, Botelho alerta que, se não houver incentivo ao Crédito de Descarbonização por Biocombustíveis (CBio), haverá dificuldade para gerar investimentos na cadeia do etanol.
No que se refere a investimento em área agrícola, um dos destaques é a necessidade de incremento de 30% na disponibilidade de cana-de-açúcar durante a primeira etapa do RenovaBio, que vai até 2028. Sobre o mercado de milho para etanol, existe uma preocupação sobre como as usinas realizarão o cadastramento e a rastreabilidade dos fornecedores do grão, com informações sobre sementes e quantidade de insumos utilizados na lavoura. Estes dados são necessários para que a usina consiga gerar o CBio.
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