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boi-pecuaria-pasto-nelore-engorda-corte (Foto: Ernesto de Souza/Ed. Globo)

 


Qual a área mínima para uma criação de gado dar retorno lucrativo e qual a melhor raça para corte?
Everton Caetano, via Facebook

Não existem área e número mínimos de animais para que uma atividade seja lucrativa, objetivo que depende mais de fatores como fertilidade do solo, clima, proximidade do mercado ou da indústria, fases do sistema de produção (cria, recria ou engorda e as suas combinações), nível tecnológico empregado e disponibilidade de mão de obra. Sabe-se que quanto menor for a área de criação, mais intensivo em capital e gestão precisa ser o sistema de produção adotado; quanto maior o tamanho do empreendimento, mais necessário torna-se o uso da mão de obra. A lógica é igual em relação à qualidade natural do solo, pois quanto melhor for, mais facilidades para intensificação; caso contrário, maior a demanda para investimentos financeiros. A indicação da melhor raça de corte também está atrelada à interação da própria genética do animal e ao ambiente da criação. Assim, pode-se dizer que existem raças que se adaptam melhor a determinadas regiões e sistemas de produção.

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Atualmente, as raças taurinas (Bos taurus) estão mais restritas à região sul do Brasil, com clima subtropical a temperado, onde ainda há as denominadas raças compostas, que ocorrem em menor proporção no Sudeste e Centro-Oeste, especialmente em áreas de altitude acima de cerca de 600 metros. No restante do país (clima tropical), predominam as raças zebuínas (Bos indicus), os mestiços zebuínos e os descendentes de cruzamentos de zebuínos com as raças taurinas. Entre todas as raças de corte, as mais utilizadas são angus, no Sul do país, e nelore, nas demais regiões brasileiras. Veja a seguir as recomendações importantes para a escolha e manejo de gado de corte:

1. Adotar a raça melhor adaptada e que apresenta os menores custos e boa eficiência, mantendo rigor no cuidado com a saúde e alimentação dos animais;
2. Aplicar as técnicas básicas de manejo reprodutivo, como estação de monta, exames andrológicos de touros e ginecológicos de vacas, e cuidados na cria e desmama dos bezerros;
3. Descartar as matrizes pouco produtivas, salvar os melhores animais para reposição e usar touros geneticamente superiores;
4. Utilizar cruzamentos entre raças, de acordo com práticas responsáveis, se houver demandas de mercado ou pagamento extra por qualidade de produto;
5. Planejar o ciclo produtivo, incluindo estação reprodutiva e recria de produtos (manejo sanitário e suplementação alimentar, entre outros);
6. Como em regiões tropicais o touro europeu apresenta pouca eficiência reprodutiva, devido ao o calor e à presença de parasitas, optar por taurinos compostos ou adaptados, mantendo-se a monta natural;
7. No caso de inseminação artificial, evitar uso de sêmen de touros de raças de grande porte sobre novilhas;
8. No programa de cruzamentos, dê preferência para reutilização de fêmeas mestiças, que apresentam boa eficiência reprodutiva e habilidade materna, com cuidado na escolha da raça-pai, para a produção de bezerros com boa adaptabilidade ao meio ambiente;

CONSULTORES: ANTONIO ROSA E FERNANDO PAIM, pesquisadores da Embrapa Gado de Corte, Av. Rádio Maia, 830, Zona Rural, CEP 79106-550, Campo Grande (MS), tel. (67) 3368-2000, www.embrapa.br/fale-conosco

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