Uma ação de fiscalização, realizada por grupo móvel de trabalho escravo, resgatou 86 trabalhadores da colheita de café, submetidos a condições análogas às de escravo, em fazenda no município de Sítio D'Abadia, no interior de Goiás. O Ministério Público do Trabalho (MPT), que participou da força-tarefa, conseguiu garantir o pagamento de cerca de R$ 213 mil em verbas rescisórias.
A operação ocorreu no período de 30 de julho a 3 de agosto e teve a participação do MPT, do Ministério do Trabalho, da Polícia Rodoviária Federal e da Defensoria Pública da União. O pagamento das verbas rescisórias aos 86 trabalhadores foi feito no período de 7 a 9 de agosto, informa a assessoria do MPT.
Leia também:
>> ABPA diz que tabelamento do frete provoca insegurança jurídica
>> "Brasil vive seis crises dentro de uma crise", diz cientista político
O procurador do MPT no Piauí, Edno Carvalho Moura, que atuou na fiscalização, informou que os trabalhadores foram encontrados em situação degradante, dormindo em colchões velhos e rasgados, no chão, junto com mulheres e até crianças, em alojamentos em total discordância com a norma. Segundo o procurador, também não havia banheiros suficientes e foi flagrada a aplicação de agrotóxicos diretamente na plantação no momento em que os trabalhadores estavam na colheita do café, sem qualquer Equipamento de Proteção Individual (EPI).
O procurador explicou que o pagamento era feito por saca de café. Cada saca valia R$ 15,00, sendo que 1 saca de café já ficava com o 'gato' para custear a alimentação fornecida por ele. Não havia anotação em carteira e a mesma era retida pelos empregadores, disse Carvalho Moura. Parte dos trabalhadores foi aliciada em Minas Gerais e na Bahia. Os empregadores assumiram a obrigação de custear o transporte de volta para as cidades de origem.
Gosta das matérias da Globo Rural? Então baixe agora o Globo Mais e acesse todo o conteúdo do site, da revista e outras publicações impressas do Grupo Globo no seu celular.
Source: Rural
Source: Import Rural