Petrúquio, Flora e Ronaldo nasceram em 2000, 2006 e 2008, respectivamente, no Parque Ecológico Samuel Klabin, em Telêmaco Borba (PR). As antas, que são da segunda geração do projeto de reprodução de animais desenvolvido pela empresa no Parque, agora estão vivendo na natureza.
Após um período de adaptação, os animais que viajaram mais de mil quilômetros, passaram a viver em uma reserva em Cachoeiras de Macacu, no Rio de Janeiro. No novo lar, eles são conhecidos como Valente, Flora e Júpter – os machos foram rebatizados pela comunidade local – e se juntaram a outro casal, Eva e Floquinho, que foram reintroduzidos em dezembro de 2017. Devido a iniciativa em parceria com o Projeto Refauna, as cinco antas são as primeiros da espécie a habitar a região depois de pelo menos um século de extinção.
Por segurança, os animais serão monitorados por coleiras de telemetria e armadilhas fotográficas. "As antas foram reintroduzidas por meio da técnica de soltura branda (soft release), ou seja, passando por um período de aclimatação em um cercado no interior da floresta, com suplementação alimentar. Após 30 dias, o cercado foi aberto e as antas ganharam a natureza, mas a suplementação continua", explica Maron Galliez, coordenador do Projeto Refauna e professor do Instituto Federal do Rio de Janeiro.
Os três animais ficaram em adaptação desde o mês de junho. "O projeto busca a translocação de animais criados em cativeiro. Por isso, buscamos parcerias com criadouros conservacionistas e zoológicos ", acrescenta Maron.
"Investir na preservação da biodiversidade é parte da nossa contribuição para um futuro renovável e fortalece nosso compromisso com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, da ONU", acrescenta o gerente de sustentabilidade e meio ambiente da Klabin, Júlio César Batista Nogueira.
De acordo com Pedro Chaves Camargo, médico veterinário do Parque Ecológico de Telemaco Borba, as antas são animais de grande porte, pesam entre 200 e 300 quilos e são essenciais para preservação da biodiversidade. "Esta é uma das espécies que está em extinção no Brasil. São herbívoros e conhecidos como jardineiros da natureza pois, ao se alimentarem dos frutos das árvores e arbustos, espalham as sementes pelo caminho, contribuindo essencialmente para a biodiversidade", afirma Camargo.
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