Levantamento da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA) constatou que a greve dos caminhoneiros afetou severamente os resultados da segunda quinzena de maio da safra de cana-de-açúcar na região Centro-Sul do País. “A quantidade processada da matéria-prima atingiu 32,38 milhões de toneladas, o equivalente a perda média de 4,5 dias de moagem.”
Antonio de Padua Rodrigues, diretor técnico UNICA, calcula que deixaram de ser processadas cerca de 13 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na segunda quinzena de maio, devido à suspensão das operações pela falta de diesel e outros insumos à produção. “No Paraná, Estado mais impactado, a perda chegou a 10 dias de moagem”, diz ele.
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A UNICA estima que, considerando os preços vigentes na comercialização do açúcar e etanol, a redução da receita do setor sucroenergético devido à greve totalizou cerca de R$ 1,2 bilhão. A entidade observa que o recuo no processamento de cana ocorreu mesmo com o clima favorável à colheita e à qualidade da matéria-prima.
A concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), volume que pode ser convertido em açúcar ou álcool, alcançou 133,44 kg por tonelada de cana na última metade de maio, contra 122,75 kg verificados em igual data de 2017. No acumulado até 1º de junho, o indicador registrou alta de 4,53%, com 123,71 kg de ATR por tonelada de cana.
Em relação à produtividade agrícola, A ÚNICA cita dados do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). A amostra feita junto a 143 empresas mostrou que o rendimento médio da área colhida em maio atingiu 82,77 toneladas de cana por hectare, aumento de 0,9% em relação ao índice apurado no mesmo mês de 2017.
No acumulado da safra, a produtividade alcançou 81,64 toneladas por hectare, crescimento de 2,01% ante o valor observado no mesmo período do ciclo 2017/2018 (80,03 toneladas por hectare). “Entretanto, o resultado positivo deve ser analisado com precaução, pois não retrata a expectativa de quebra agrícola esperada para a safra 2018/2019, que pode variar de -2% a -15, dependendo da região”, diz a UNICA.
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