A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou para baixo a estimativa para a safra de grãos 2017/2018, que passou a ser de 229,7 milhões de toneladas. O número está no 9º Levantamento de Safra, divulgado nesta terça-feira (12/6), em Brasília (DF) e representa uma queda de 3,4% em relação à colheita da safra passada, estimada pela Companhia em 237,7 milhões de toneladas.
“Apesar da queda em comparação à safra passada, quando alcançou 237,7 milhões de toneladas, este número ainda está acima da média de produção nacional, levando-se em conta um período de condições atmosféricas normais”, diz a Conab, em nota divulgada em seu site oficial.
Em comparação com o relatório anterior (232,6 milhões de toneladas), divulgado no mês de maio, o corte na estimativa é de 2,9 milhões de toneladas. De acordo com a Conab, os impactos negativos do clima sobre lavouras de milho de segunda safra foram determinantes do corte, apesar das boas produtividades registradas nos campos de soja e milho de verão, cujas colheitas estão próximas do final.
A redução na estimativa para o milho foi significativa. Na segunda safra, caiu de 62,94 milhões para 58,21 milhões de toneladas. “Com a colheita iniciando e parte
da produção impactada por forte estresse hídrico, a produtividade sofreu forte impacto”, avaliam os técnicos.
Para a colheita da primeira safra do cereal, os técnicos reajustaram de 26,26 milhões para 26,78 milhões de toneladas. Ainda assim, é um volume menor que o da safra passada, em função, principalmente, da redução da área semeada.
Somados os dois ciclos anuais, o volume total de milho na safra 2017/2018, que, em maio, era estimado em 89,2 milhões de toneladas, passou a ser de 85 milhões, 13,1% menor que no ciclo 2016/2017, de 97,84 milhões de toneladas.
A Conab voltou a revisar para cima a produção de soja, que passou de 116,99 milhões para 118,04 milhões de toneladas. O número é 3,5% maior que o estimado para a safra anterior, quando acolheita da oleaginosa chegou a 114,07 milhões de toneladas, conforme os técnicos.
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As expectativas para a produção da oleaginosa foram sendo revisadas a cada mês levando-se em consideração, principalmente, o clima favorável ao desenvolvimento da cultura no país. O volume estimado pela Companhia representa um novo recorde na colheita do grão, com as estimativas cada vez mais próximas dos 120 milhões de toneladas.
“A colheita próxima do fim confirmou os bons resultados para a cultura que não teve problemas no seu desenvolvimento, atingindo 3.359 kg/ha, muito próxima
ao recorde alcançado na safra passada, que foi de 3.364 kg/ha. A produtividade dessa safra é resultado da aplicação de um bom pacote tecnológico, aliado a precipitações e temperaturas favoráveis, apesar de alguns problemas no Sul do país”, diz a Conab.
A estimativa para a safra de algodão também foi elevada pelos técnicos, mostra o relatório, segundo o qual a colheita da fibra aumenta em relação ao ciclo anterior. O algodão em caroço passou de 2,91 milhões para 2,93 milhões de toneladas. Para a pluma,passou de 1,94 milhão para 1,95 milhão de toneladas.
Já a safra de arroz deve ser menor que a do ano passado (12,32 milhões de toneladas), apesar da estimativa de produção também ter ficado maior no relatório de junho. Segundo a Companha Nacional de Abastecimento, as lavouras do grão devem render 11,73 milhões de toneladas. Em maio, o número estava em 11,53 milhões.
No feijão, a estimativa de colheita para a safra 2017/2018 foi revisada de 3,39 milhões para 3,33 milhões de toneladas das variedades cores, caupi e preto, somados os três ciclos anuais da cultura. Com isso, a situação que, até maio, era considerada praticamente estável em relação à safra passada, passou a ser de uma queda de 1,9% na produção.
A primeira safra de feijão foi estimada em 1,28 milhão de toneladas, queda de 5,9% em relação ao mesmo ciclo na temporada passada. Já a segunda safra deve ter um aumento de 10,9% na mesma comparação, totalizando 1,33 milhão de toneladas. Na terceira, os técnicos estimam uma redução de 13,6%, com a colheita estimada em 721,7 mil toneladas de feijão de cores, caupi e preto.
Entre as culturas de inverno, a Companhia Nacional de Abastecimento manteve a estimativa estável em 6,08 milhões de toneladas. Na principal dessas lavouras, a do trigo, o número passou de 4,87 milhões de toneladas para 4,85 milhões. Ainda assim, a colheita do grão deve superar a do ano passado em 13,9%, de acordo com os técnicos.
“As estimativas iniciais, baseadas no pacote tecnológico utilizado pelo produtor e nas condições climáticas atuais, apontam para uma produtividade superior à safra passada em 9,4%. O aumento tem relação com melhores condições climáticas nessa safra, em relação ao ano passado”, diz o relatório.
A área total semeada no Brasil foi estimada em 61,6 milhões de hectare, um recorde. Em relação à safra 2016/2017, o aumento é de 1,1%. Em números absolutos, a diferença corresponde a 639,2 mil hectares a mais de lavouras na safra atual. “A área destinada ao feijão e às culturas de inverno respondem por esta pontuação”, diz a Conab.
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