Um novo grande comprador de soja está chegando a Luis Eduardo Magalhães, oeste baiano. Avança um projeto de implantação de uma nova fábrica da Cargill para processamento do grão no município. A fábrica vem sendo planejada há mais de dois anos, segundo fontes locais. Logo após a publicação desta reportagem, a Cargill confirmou intenção de construir uma nova planta na cidade. Por email, a empresa informou "que está analisando a viabilidade de construção e implantação de um novo complexo industrial com capacidade para processar 1,5 milhão de toneladas de soja por ano voltada para o mercado doméstico e exportação."
“Já nos reunimos – representantes da empresa, o governador (Rui Costa) e eu – para tratarmos das condicionantes ambientais e de localização da nova fábrica e isso tudo já foi definido”, disse o prefeito de Luís Eduardo Magalhães (LEM), Oziel Oliveira, em entrevista à Globo Rural, sobre encontro realizado em abril deste ano.
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A região possui um total de 1,6 milhão de hectares plantados entre soja, milho, algodão e feijão. Segundo Oliveira, o bom preço das commodities potencializam a atratividade da região para negócios com as grandes tradings e isso se converte para toda a região da Matopiba (estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
“Ter uma terceira empresa é bom para a concorrência de mercado. O produtor só tem a ganhar”, observa Leandro Köhn, produtor de soja em 2 mil hectares na região de Estrondo (BA), em referência às outras duas companhias que operam na região com processamento de soja, Bunge e ADM. Segundo ele, em época de safra, nem sempre o agricultor consegue uma negociação satisfatória com os trades para exportação do produto, levando-o a buscar sua venda no mercado interno para as processadoras. Se ao tentar vender para uma esmagadora o preço oferecido é baixo, muito distante do que ele obteria para exportar, o resultado é prejuízo.
Nos últimos oito meses, segundo o prefeito de LEM, houve um aquecimento na economia local em decorrência de diversos novos negócios, desde aquisição de áreas para plantio, tanto por produtores da própria região e também como de Mato Grosso, como visita de grupos chineses sondando a compra de soja .
“O importante para nós é que a esmagadora não é a única oportunidade de negócio que a região oferece. O grande negócio que estamos esperando é o algodão, tanto produção de algodão primário quanto fiação e tecelagem. Somos o segundo maior estado produtor de algodão em fibra longa e 60% dele é exportado para a Coreia e China”, afirma o prefeito de LEM, Joel Oliveira.
*A jornalista viaja a convite da Associação dos Produtores e Irrigantes da Bahia (AIBA)
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